Título: Capacidade do país ainda é limitada
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 10/10/2006, Internacional, p. A8

A veracidade e a potência do teste nuclear anunciado pela Coréia do Norte gerou polêmica. Apesar de registrado por sismógrafos, ele aparentemente foi de baixa intensidade, o que produz sinais duvidosos. Segundo França, a explosão teria sido de 1 kiloton - o equivalente a mil quilos de TNT [dinamite]. O centro sismológico da Austrália também falou de 1 kiloton, mas o ministro da Defesa russo, Sergei Ivanov, disse que a potência teria sido de 5 a 15 kilotons. A bomba lançada pelos EUA sobre a cidade japonesa de Hiroxima, em 1945, tinha 12,5 kilotons.

A Coréia do Norte disse que o teste subterrâneo não causou vazamento radioativo, mas países vizinhos estão monitorando o ar.

Especialistas dizem que, pelo menos por ora, a capacidade nuclear do país deve representar um risco maior para os próprios norte-coreanos do que para os vizinhos.

As suspeitas são que o país tenha conseguido processar uma quantidade de material físsil para produzir muitas bombas - mas elas seriam ainda bastante rudimentares. Provavelmente, a detonação nuclear foi provocada por uma grande quantidade de explosivo convencional.

Acredita-se que o país não tenha bombas miniaturizadas, capazes de serem colocadas em mísseis, por exemplo. Nem que consiga preparar um artefato para ser lançado de avião. Isso restringe muito a capacidade de usar a bomba.

Hoje, apenas sete países são declaradamente potências nucleares, isto é, têm armas atômicas: EUA, Rússia, Reino Unido, França, China, Índia e Paquistão. Sabe-se que Israel também tem, mas o país não admite oficialmente.