Título: Mão-de-obra industrial volta a crescer em setembro em SP
Autor: Góes, Francisco e Neumann, Denise
Fonte: Valor Econômico, 10/10/2006, Brasil, p. A4

O nível de emprego da indústria paulista se recuperou em setembro da queda sofrida um mês antes. Entre esses dois meses, o setor empregou 6 mil pessoas, revertendo os cortes de cerca de 5 mil trabalhadores registrados entre julho e agosto, segundo a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). A entidade manteve a projeção de crescimento de 1% no nível de emprego em 2006, o que significa um aumento de cerca de 20 mil postos de trabalho no setor.

Em números absolutos por ramo de atividade industrial, setembro foi, empatado com abril, o melhor em abrangência. Foram 15 setores com aumento no nível de emprego, diante de três em queda e três estáveis. Assim, esses setores que indicaram melhora levaram o nível de emprego de toda a indústria de transformação paulista a um acréscimo de 0,26% em setembro.

"O resultado parece bom. Mas o crescimento real foi muito pequeno em toda indústria e não foi suficiente para alavancar o ganho percentual do mês", disse o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini.

Segundo ele, o resultado de setembro ficou dentro do esperado e, com isso, o ano caminha por terminar dentro das projeções já divulgadas pela entidade. Francini afirma que, em 2006, não devem ocorrer mudanças muito significativas no cenário econômico que possam alterar as expectativas da Fiesp. Para 2006, a Fiesp prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) inferior a 3%, possivelmente de 2,8%. Para a indústria de transformação, a estimativa é de um crescimento ainda menor, de 2,3%.

Francini voltou a culpar o dólar desvalorizado e a alta taxa de juros como causas para o fraco desempenho do emprego em setembro. Ele lembrou que a moeda americana depreciada influencia negativamente os resultados das indústrias nas exportações. E mantém, segundo ele, o ritmo de aumento de preços de alguns ramos da indústria abaixo das variações do IPCA, afetando o poder de geração de empregos do setor.