Título: Pagamento de despesas judiciais eleva déficit da Previdência Social em julho
Autor: Resende, Thiago
Fonte: Valor Econômico, 29/08/2012, Brasil, p. A4

A Previdência Social fechou julho com um déficit de R$ 2,581 bilhões - alta real de 17,5% e nominal de 23,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o rombo foi de R$ 2,084 bilhões. No mês, as receitas previdenciárias aceleraram. A arrecadação teve aumento real de 7,1% ante igual período do ano passado, sendo que em junho o avanço foi de 5,1% na mesma comparação.

O avanço das receitas, entretanto, não foi suficiente para superar o crescimento dos gastos previdenciários, que aumentaram 8,1% frente a julho do ano passado, na comparação entre números corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Mas, no acumulado do ano, a arrecadação está subindo mais que as despesas, destacou o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho. A explicação do ministério é que em julho houve uma despesa judicial de R$ 580 milhões - gasto considerado atípico. "São pagamentos de meses anteriores que foram acumulados e pagos em julho", afirmou o secretário de Políticas de Previdência Social, Leonardo Rolim.

Para o restante do ano, o governo está "apostando que vai haver uma recuperação da economia", o que pode aumentar as receitas previdenciárias, por meio da elevação da massa salarial, lembrou o ministro.

Ao divulgar os dados do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) de julho, o ministério reduziu a previsão do déficit para o ano de R$ 39,5 bilhões para R$ 38 bilhões - a possibilidade dessa revisão já vinha sendo apresentada por técnicos da pasta em divulgações anteriores. O resultado do RGPS de julho está em linha com a recuperação registrada em outros dados econômicos no segundo semestre do ano, para Rolim. O aumento do ritmo da arrecadação reflete a retomada do mercado de trabalho, que se continuar até o fim do ano poderá reduzir o "déficit para baixo dos R$ 38 bilhões, que agora estamos prevendo", avaliou o secretário. No acumulado de 12 meses, os gastos previdenciárias superaram as receitas em R$ 38,051 bilhões, em valores corrigidos pela inflação (INPC). Até julho, a Previdência registra um déficit de R$ 23,450 bilhões - 1,8% maior que no mesmo período do ano passado, em termos reais.

Depois do anúncio dos dados, Garibaldi disse que as negociações para reformas na Previdência devem voltar após o período eleitoral. Entre os assuntos citados estão mudanças nas regras de concessão de pensões por morte e no fator previdenciário.