Título: Visa terá ações em bolsas de valores
Autor: Silva Júnior, Altamiro
Fonte: Valor Econômico, 13/10/2006, Finanças, p. C3

A Visa, maior bandeira de cartões de crédito do mundo, se prepara para abrir o capital. A empresa, que tem 1,4 bilhão de plásticos, anunciou na quarta-feira a intenção de criar uma nova estrutura, que terá uma única empresa global, a Visa Inc, listada em bolsa. O processo deve demorar de 12 a 18 meses.

Abrir o capital vai ajudar a bandeira a melhorar sua eficiência, lidar com problemas legais nos Estados Unidos e em outros mercados, além de aumentar o acesso da empresa a capital para fazer investimentos, informou a Visa em um comunicado. Os cartões da bandeira movimentaram US$ 4,3 trilhões no mundo nos 12 meses encerrados em junho.

O anúncio da Visa acontece quatro meses depois que a MasterCard abriu o capital e listou suas ações na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). Desde a estréia, as ações da bandeira já subiram 85%. A oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) rendeu US$ 2,4 bilhões.

A abertura de capital das duas bandeiras acontece em um momento onde as autoridades regulatórios e os grandes varejistas questionam os modelos de operação das duas bandeiras.

As operações brasileiras da Visa estão dentro da Visa América Latina, que por sua vez pertence à Visa International. Esta última - que inclui as operações da Ásia Pacífico, Europa Central e Leste, Oriente Médio e África - passará a fazer parte da Visa Inc, que também vai incluir as unidades dos Estados Unidos e Canadá.

A restruturação da Visa depende ainda da aprovação dos 21 mil bancos membros da bandeira espalhados pelo mundo. A Visa é uma associação que tem os bancos como sócios. Eles pagam um taxa à bandeira para terem o direito de usar seus produtos. No Brasil, Bradesco, Banco do Brasil e Banco Real têm as maiores participações. Na Visa Inc, os bancos serão acionistas minoritários da empresa, pois a idéia é vender a maior parte das ações para investidores no mercado.

Jennifer Bruno, responsável pela comunicação corporativa da Visa na América Latina e Caribe, disse ao Valor que as operações locais da Visa não terão mudanças. "A restruturação fará com que nossos produtos cheguem ao mercado de forma mais eficiente", disse.

A Visa Europa continua como está, uma unidade independente. A intenção é atender as exigências dos reguladores europeus, que querem criar um sistema único de pagamentos na região. A unidade européia será uma licenciada da Visa Inc e sua acionista minoritária. (Com Agências Internacionais)