Título: Equipes vão crescer em ritmo acelerado
Autor: Lucchesi, Cristiane
Fonte: Valor Econômico, 05/01/2007, Finanças, p. C1

O crescimento no total de funcionários dos bancos de investimento dos grandes grupos nacionais deverá acontecer em ritmo acelerado. O Unibanco pretende contratar 30 pessoas, de um total de 100 hoje dedicadas ao banco de investimento, informa Bruno Padilha, diretor-executivo responsável. Só de analistas, serão oito novos funcionários. O objetivo é reforçar a corretora de Nova York e no Brasil, além da equipe de fusões e aquisições e estruturação e assessoria na emissão de ações. "Neste momento, já temos dez operações de IPOs em preparação", afirma ele. Padilha prevê que o total de IPOs para 2007 ultrapasse os 40, em relação aos mais de 30 do ano passado.

Nos rankings da Anbid, até novembro, o Unibanco tem a 6ª posição em originação e a 7ª em distribuição no mercado de renda variável. Entre os nacionais, está atrás apenas do Banco do Brasil e do Itaú BBA. O BB, por sinal, é o segundo colocado entra os nacionais em renda variável e renda fixa e chegou a figurar como líder em renda fixa em alguns meses.

Como o Itaú BBA, o BB está colhendo hoje os frutos de investimentos feitos nos anos anteriores. "Nossa postura não é de reação aos estrangeiros, mas sim de construção de uma plataforma de relacionamento com os clientes", afirma Francisco Cláudio Duda, diretor de mercado de capitais e investimentos do Banco do Brasil. Segundo ele, o banco já prenunciava o crescimento do mercado de capitais brasileiro e seu amadurecimento e por isso investiu no seu banco de investimento.

Desde 2005, o BB reforçou equipes e remanejou pessoas, diz Luiz Henrique Mascarenhas, gerente-executivo de mercado de capitais. Hoje, com 100 funcionários, o banco de investimento do BB tem 16 analistas cobrindo 60 empresas. A idéia é que a cobertura chegue a 120 empresas, informa Mascarenhas. "Há falta de analistas no mercado e os bancos privados não conseguem repor sua equipe de pesquisa", comenta. "Há muita disputa por mão-de-obra e troca de cadeiras, mas, conosco, isso não acontece", diz.

A estratégia do BB é investir na formação da equipe de analistas, muitos dos quais foram remanejados da área de crédito. Desde 2005, foram recrutados seis. Ainda em 2005, o banco ampliou seu processo de internacionalização. Além de sua forte presença em Londres, com a BB Securities, o banco abriu uma corretora em Nova York.

O Safra, por enquanto, não figura entre os 15 primeiros nos rankings da Anbid, mas quer crescer sua participação e se posicionar entre os dez maiores o mais rápido possível, diz João César Tourinho. O executivo voltou ao Safra, depois de atuar como diretor da Black River Brasil, para cuidar da tesouraria e ampliar o banco de investimento. Segundo ele, o Safra planeja crescer a área em cerca de 35% em três anos. "Vamos atuar suportados por nossa força de distribuição no Brasil e no exterior", afirma Tourinho. O foco específico do banco será o nicho de médias empresas, revela o executivo. (CPL)