Título: Celg estuda investir em 750 km de transmissão
Autor: Capela, Maurício
Fonte: Valor Econômico, 16/10/2006, Empresas, p. B7

À mesa do presidente da Cia. Energética de Goiás (Celg), André Luiz Rocha, repousa um ambicioso plano de investimentos. São US$ 200 milhões que a empresa, controlada pelo governo goiano, pretende aplicar nos próximos três anos, com o objetivo de erguer 20 novas subestações de energia, reformar e ampliar outras 87, além de construir 750 km de linhas de transmissão.

"Precisamos nos preparar para o aumento da demanda de setores que começam a se instalar em Goiás, como o sucroalcooleiro e o de mineração. E também temos que ter energia à disposição para os segmentos já presentes, como o farmoquímico", afirma Rocha.

Os últimos movimentos da Celg demonstram que a companhia goiana está disposta a abrir o cofre. Em 2005, por exemplo, a empresa aplicou R$ 280 milhões e em 2006 deverá gastar outros R$ 100 milhões.

Um dos projetos que está saindo do papel por conta dessa política de investimentos é a construção de duas linhas de transmissão, que somam 8,4 km de extensão, e de uma subestação em Anápolis (GO). Segundo o presidente da companhia, essa subestação "é a maior obra construída pela Celg nos últimos 12 anos".

Batizada de Pirineus, a subestação, que foi inaugurada ontem, é fundamental para o município. Primeiro, porque beneficia 155 mil consumidores. E depois, porque garante o insumo à terceira cidade mais habitada de Goiás e à segunda em importância econômica do estado.

O presidente da Celg explica, contudo, que a subestação de Pirineus alivia o sistema que abastece Goiânia, a capital do estado. Isso, porque 20% da energia usada em Anápolis vinha até então da capital por meio de outras subestações de energia.

A obra, que custou R$ 37 milhões aos cofres da empresa, divide-se em duas partes que não são iguais. Do montante, R$ 30 milhões tiveram como destino a construção de Pirineus e o restante viabilizou as linhas de transmissão. Mesmo com apenas 8,4 quilômetros de extensão, essas linhas são fundamentais para que se estabeleça a interligação entre elas e a Linha de Transmissão Xavantes - Brasília Sul de Furnas. E assim ligar Pirineus. A Celg registrou um faturamento bruto de R$ 2 bilhões e um lucro líquido de R$ 118 milhões em 2005.