Título: Tramitação do PAC será acertada com Renan e Chinaglia
Autor: Romero, Cristiano
Fonte: Valor Econômico, 06/02/2007, Política, p. A8

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutirá com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), nesta semana, a tramitação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Foi o que combinou com Chinaglia, em almoço ontem, no primeiro encontro depois da eleição de quinta-feira.

O petista marcou para hoje a primeira reunião de líderes partidários, para definir a pauta de votações. Embora diga que o presidente não tenha pedido prioridade ao PAC, Chinaglia afirmou que começará a pensar nas relatorias e na estratégia de trâmite das medidas provisórias e dos projetos de lei incluídos no programa. "Creio que esse trâmite será tranqüilo do ponto de vista do prazo e intenso no conteúdo", disse.

Uma das providências é a instalação das comissões técnicas da Câmara, encarregadas de examinar as propostas antes das votações em plenário. Chinaglia quer vê-las funcionando antes do Carnaval, que começa no dia 17. "Eu tenho absoluta convicção de que (o PAC) vai ser aprovado, com as mudanças que soberanamente a Câmara julgar adequadas", disse o novo presidente da Casa, eleito com os votos de 261 dos 513 deputados.

Chinaglia afirmou que Lula demonstrou estar "tranqüilo" quanto à recomposição da base governista, que ficou dividida entre sua candidatura e a de Aldo Rebelo (PCdoB-SP). "Eleição é questão do passado. Agora, vou trabalhar para a Câmara produzir o melhor que ela pode. Vou estar aberto a todas as bancadas e a todos os líderes partidários", afirmou.

O petista afirmou que o reajuste salarial dos parlamentares não será discutido na reunião de hoje dos líderes. Segundo ele, a questão não é prioritária e vai depender dos líderes e das bancadas. Ele defendeu prioridade para as reformas política e tributária e disse que criará duas comissões especiais para tratar dos assuntos.

O petista não quis opinar sobre a carta do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, em que defende a "refundação do PT". O documento, que causou polêmica na reunião do partido neste final de semana, discorda da tese de que o PT deve ser independente do governo. (Com agências noticiosas)