Título: Colômbia abre as portas a petroleiras
Autor: The Economist
Fonte: Valor Econômico, 06/02/2007, Internacional, p. A10

Outros países andinos, como a Venezuela, o Equador e a Bolívia, aplicaram forte pressão sobre as companhias de petróleo estrangeiras, com medidas que vão desde novos contratos com termos draconianos até a expropriação sem rodeios. Mas a Colômbia está estendendo o tapete de boas-vindas para elas.

A Colômbia compartilha uma boa parte da geologia da Venezuela. Sua produção de petróleo, porém, é menor; a última grande descoberta de petróleo foi feita pela BP em Cusiana no fim da década de 1980. O país, um modesto exportador de petróleo, enfrenta a possibilidade de se transformar em um importador de petróleo, a menos que surjam novas descobertas.

Essa perspectiva levou o governo do presidente Álvaro Uribe a intensificar o cortejo às companhias de petróleo estrangeiras -um cortejo iniciado pelo seu antecessor. A Colômbia agora oferece "uma das melhores condições fiscais no mundo", afirma William Drenna, da Exxon. Elas incluem uma escala decrescente de direitos de exploração, que variam de acordo com a produção e termos contratuais mais extensos.

Uma enxurrada de investimentos em exploração de cerca de US$ 1,5 bilhão ao ano começa a produzir resultados. Em 2006, pela primeira vez em anos, as reservas líquidas de petróleo aumentaram ligeiramente, para 1,51 bilhões de barris. Há uma década, analistas do setor esperavam que a Colômbia se tornasse uma importadora de petróleo até 2017. Agora, essa data foi recuada para 2011, de acordo com um estudo realizado pela consultoria Arthur D. Little.

Se os níveis atuais de investimento forem mantidos, a Colômbia deverá preservar a sua auto-suficiência pelo menos até 2015, segundo Armando Zamora, o diretor da Agência Nacional de Hidrocarbonetos.

Mais de uma dezena de empresas prospecta petróleo atualmente na Colômbia. Ao mesmo tempo, a Ecopetrol, a estatal de petróleo do país, vem operando de forma mais comercial. Ela planeja oferecer 20% das suas ações (cujo valor seria de aproximadamente US$ 3 bilhões) a investidores privados. A companhia uniu forças com a brasileira Petrobras para explorar um pequeno campo no Brasil.

Depois de se posicionar no mapa do petróleo, a Colômbia espera obter um acordo ainda mais vantajoso. No fim deste ano, ela leiloará contratos para explorar a plataforma marítima no Caribe. Eles serão entregues às empresas que oferecerem ao governo a maior cota de produção. Agora só é preciso surgir uma nova Cusiana.