Título: Fazenda vê ajuda para inflação e consumo
Autor: Martins, Arícia
Fonte: Valor Econômico, 12/09/2012, Brasil, p. A6

Guido Mantega aposta que o Brasil vai crescer mais que 4% em 2013: "Com a redução dos custos da energia poderemos elevar os investimentos no ano que vem"

O governo espera um duplo impacto positivo com a redução das tarifas de energia. Por um lado, ele conta com a ajuda para a inflação; por outro, considera que a redução nas despesas com a conta de luz abrirá espaço para outros gastos das famílias e das empresas, além de estimular investimentos. O país, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, está em uma "cruzada para reduzir custos" e, assim, tornar o Brasil mais competitivo.

Com o corte no custo de energia, será possível aumentar o consumo e estimular a economia, frisou. "Vai ter uma sobra de recursos para fazer outras aquisições", refletindo em maior compra de bens de consumo. Segundo ele, em 2013, o Brasil será "dos poucos países do mundo que vai ter crescimento acima de 4%".

"Com a redução dos custos [da energia] poderemos elevar os investimentos no ano que vem", disse Mantega. Ao retornar da cerimônia do anúncio de redução do custo de energia elétrica, no Palácio do Planalto, Mantega disse que a medida é fundamental por cortar parte de um dos gastos mais elevados no país. A queda, que entra em vigor no próximo ano, vai beneficiar "a indústria, o comércio, a agricultura, todos os setores".

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, calculou que a redução do custo da energia elétrica deve ter impacto entre 0,5 e 0,6 ponto porcentual na inflação ao consumidor em 2013. Ele lembrou que o peso da conta de luz dos consumidores residenciais no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) varia entre 3,4% e 3,5%.

Na avaliação dele, a queda deverá ser repassada para os preços e deverá estimular o crescimento econômico. Isso porque a medida abre espaço no orçamento das famílias e das empresas para novos gastos e investimentos.

Barbosa ressaltou ainda que a medida vai estimular a competitividade das empresas brasileiras tanto no mercado interno quanto no externo. Segundo ele, a redução do custo da energia vai contribuir para o "investimento se acelere mais forte no final deste ano e no início do ano que vem". Para ele, a recuperação do investimento já está ocorrendo.

O secretário disse também que o projeto de conversão em lei da medida provisória nº 563, que trata de uma série de assuntos inclusive de novas desonerações na folha de pagamentos, deverá ser sancionado ainda esta semana pela presidente Dilma Rousseff. Ele não antecipou, no entanto, quais pontos do projeto poderão ser vetados.