Título: Fundo Stratus é novo investidor da Connec
Autor: Borges, André
Fonte: Valor Econômico, 17/10/2006, Empresas, p. B2

O Stratus Banco de Negócios, especializado em investimentos de capital de risco, irá fazer um novo aporte na área de tecnologia da informação. A companhia que receberá os recursos, conforme apurou o Valor, é a Connec, empresa brasileira que atua no segmento de computadores de processamento sem disco rígido, também conhecidos como "thin client". O Stratus foi procurado pela reportagem para comentar o assunto, mas não se pronunciou até o fechamento desta edição. A Connec não deu retorno ao pedido de entrevista.

Considerada uma das maiores fabricantes do país para esse tipo de equipamento, a Connec é dirigida pelo Grupo M Tech, que reúne investidores especializados no mercado financeiro. Atualmente, segundo informações divulgadas em seu site, a empresa tem centros de tecnologia nas cidades de São Paulo (SP), Santa Rita do Sapucaí (MG), Ilhéus (BA) e Cuiabá (MT).

Em julho de 2005, a Connec incorporou as operações da linha de thin client da FIC do Brasil (First International Computer). A transação, que incluía planos de investir R$ 20 milhões em doze meses, também levou a parcerias com a fabricante de chips AMD, além da Microsoft, com o sistema operacional Windows.

O aporte que a Connec receberá faz parte do fundo de empresas emergentes Stratus-VC, que já injetou dinheiro em companhias da área de software como Senior Solution, Scua e Innovaction. Na área de telecom, investimentos foram feitos na Neovia. Já no mercado de data-centers a companhia escolhida foi a .comDominio.

Conforme adiantou o Valor em setembro, o Stratus, que atua como uma instituição independente, especializada em investimentos e assessoria financeira, já trabalhava com a previsão de anunciar dois investimentos ainda neste ano. Seu primeiro fundo, de R$ 30 milhões, foi praticamente todo aplicado. Um segundo, de R$ 100 milhões, está em captação.

Com o aporte na Connec, a empresa especializada em capital de risco passa a competir por um mercado em plena expansão, segundo o analista de PCs da consultoria IDC, Reinaldo Sakis. Entre os principais apelos dos "terminais magros", afirma o consultor, está a sua capacidade de redução de custos - já que o usuário não precisa comprar micros completos para realizar operações -, além de facilitar a segurança das empresas, pelo fato das transações de dados ficarem centralizados em máquinas de grande porte, os chamados servidores. "Não é por acaso que empresas da área de call center, que têm muitos pontos de atendimento, estão entre as grandes usuárias dessa tecnologia", diz.

A Connec não é a única empresa do mercado que está ampliando as apostas no thin client. A Tecnoworld, empresa brasileira com fábrica em Manaus (AM), está investindo US$ 5 milhões para aumentar a sua linha de produção. Até junho de 2007, afirma o gerente de marketing da Tecnoworld, Cláudio Princz, a empresa saltará das atuais 5 mil unidades mensais produzidas para cerca de 8 mil peças. "Depois de gastar muito em máquinas completas, o mercado está descobrindo as vantagens de apostar nesse modelo de infra-estrutura", comenta o executivo da Tecnoworld, acrescentando que neste ano a companhia deve faturar cerca de R$ 250 milhões.