Título: Renan e Chinaglia evitam polemizar com Mello
Autor: Ulhôa, Raquel
Fonte: Valor Econômico, 07/02/2007, Política, p. A11

Os presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), preferiram não polemizar ontem com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, sobre o desafio lançado aos parlamentares para que troquem de salários com ele. Renan disse que não vai deixar que as declarações de Mello "descambem para uma crise entre Poderes".

Segundo o presidente do Senado, a discussão sobre o reajuste salarial de deputados e senadores não é prioridade para os parlamentares neste momento: "Essa não é uma discussão prioritária. Temos que nos guiar pelo princípio da separação entre Poderes".

Já Chinaglia disse que ouviu os comentários de Mello mas não vai "responder a quem quer que seja". "É claro que algum deputado pode convidar o ministro aqui na Câmara e fazer o desejo do ministro, que parece ter lançado um desafio, mas não é para mim", disse.

Na segunda-feira, Mello desafiou os parlamentares como uma reação à ameaça da Câmara de congelar os salários dos ministros até que o Legislativo equipare seus vencimentos ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto os ministros do STF ganham R$ 24,5 mil, os parlamentares recebem por mês R$ 12.847,20.

Mello insinuou que os parlamentares ganham mais que os ministros porque agregam aos seus salários "acessórios" que engordam os proventos. A polêmica sobre o reajuste salarial de deputados e senadores teve seu auge no fim do ano passado, depois que o STF derrubou a decisão do Congresso de equiparar os subsídios dos parlamentares ao teto do funcionalismo público federal.