Título: PT tenta mobilizar militantes na reta final
Autor: Grabois, Ana Paula e Vilella, Janaina
Fonte: Valor Econômico, 18/10/2006, Política, p. A9

Os aliados de Lula na campanha pela reeleição decidiram ontem mobilizar a militância para responder aos "ataques feitos pelos partidos de oposição contra a vitoriosa campanha de Luiz Inácio Lula da Silva", segundo palavras do coordenador da campanha, Marco Aurélio Garcia. Além da militância, ficou acertado que as bancadas federais - deputados e senadores - e estaduais ficarão de prontidão no Congresso e nas assembléias de todo país para rebater a crítica de pefelistas e tucanos. "Aqueles que estão perdendo no campo eleitoral buscam reverter o resultado pela fratura institucional. O jogo democrático tem que ser jogado dentro de suas regras", afirmou o presidente do PSB, Roberto Amaral.

Os aliados admitem a necessidade de que a vitória de Lula seja o mais ampla possível, para evitar um terceiro ou quarto turnos. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), acha que a serenidade deve ser fundamental para que as instituições nacionais sejam preservadas neste momento de crise. Jucá rebateu a ameaça da oposição de questionar junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o repasse de R$ 1 bilhão para o governo do Mato Grosso. Para a oposição, a estratégia não passa de uma "compra do apoio de Maggi para a reeleição".

Para Jucá, "é legítimo que a oposição questione o que quiser junto ao TSE. Mas o governo atual sempre procurou fazer o máximo pelos agricultores e que negar isso seria um retrocesso", criticou o pemedebista, que foi líder do governo no Senado também durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso.

O coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, acha que o governo sofreria críticas independente da decisão política ou administrativa que fosse tomada. "Se liberamos o incentivo, dizem que é uma medida eleitoreira. Se retemos as verbas, nos acusam de paralisia".