Título: Vitória incentivaria candidatura presidencial do PSB, diz articulador
Autor: Klein , Cristian
Fonte: Valor Econômico, 14/09/2012, Política, p. A12

Principal articulador político da campanha, Campos Machado afirma que uma das principais tarefas tem sido a de segurar a euforia pelos resultados das pesquisas eleitorais e avançar em estratégias traçadas como a "Ocupar São Paulo" e a "Corrente Caipira" - uma ideia mirabolante que incentivará gente do interior a enviar cartas para seus parentes que moram em São Paulo pedindo voto a Russomanno. Tudo para que o pouco tempo de propaganda no rádio e na TV (7%) continue não afetando a liderança do candidato.

A euforia fica de lado, porém, quando o deputado resolve discorrer sobre as repercussões da eleição em outros Estados e até nos rumos da eleição presidencial de 2014.

Campos Machado diz que foi procurado pelo colega de partido, o senador Gim Argello, que veio de Brasília a São Paulo "apenas" para conversarem sobre a possibilidade de repetir a quebra da polarização entre PT e PSDB também no cenário nacional. Junto com PR e PSC, o PTB forma um bloco no Senado que conta com 13 parlamentares, o terceiro maior da Casa.

"Hoje só se fala em Dilma e Aécio, mas você não acha que uma vitória de Russomanno não incentiva ainda mais a candidatura do [governador de Pernambuco] Eduardo Campos [do PSB], por exemplo?", aposta. "A classe política inteira está de olho no resultado de São Paulo", acrescenta.

No PTB, Campos Machado é responsável por monitorar dez Estados. De cinco deles, afirma, já recebeu consultas de possíveis candidatos a governador em 2014, animados com a perspectiva de também serem uma terceira via. "Pensei que a campanha não fosse nacionalizar. Mas se quebrarmos a polarização, é outro mundo", diz. (CK)