Título: Apólices para as vítimas do Titanic e executivos do W TC
Autor: Silva Júnior, Altamiro
Fonte: Valor Econômico, 19/10/2006, Finanças, p. C8

Seguro das vítimas do Titanic, dos executivos que estavam no World Trade Center nos atentados de 11 de setembro, dos passageiros dos cinco aviões que participaram do ataque e dos funcionários públicos americanos que estavam no Pentágono, que tambem foi atingido pelos terroristas. A Metropolitan Life (MetLife), maior seguradora de vida dos Estados Unidos, com receitas anuais de US$ 3,3 bilhões, foi decisiva em todos estes eventos. No 11 de setembro, desembolsou US$ 200 milhões.

A MetLife foi criada em 1868. Começou a operar em um prédio na Broadway, em Nova York, com seis funcionários. No início, os prêmios semanais eram de cinco a dez centavos de dolar, coletados de porta em porta. Hoje, tem 61 mil clientes corporativos, entre eles, 88 das 100 maiores empresas do ranking da Forbes, 31 milhões de vidas seguradas e 31 tipos de produtos (que inclui seguro de vida, odontológico, previdência e incapacidade). Os prêmios totais em 2005 foram de US$ 28,6 bilhões e os ativos sob gestão somaram US$ 481 bilhões. A sede da seguradora, na Park Avenue, em Manhattan, é um dos cartões postais da cidade e aparece até nos guias sobre a cidade.

A companhia, em certos aspectos, se assemelha ao Bradesco: executivos com longos anos de casa e foco em mercados populares. O presidente internacional, William Toppeta, está na casa desde 1973. Um dos CEOs, Frederick Houston Ecker, começou na MetLife com office-boy e ficou lá por nada menos que 81 anos. Ecker é homenageado com um quadro na sala de reuniões da seguradora, no 57º andar. A MetLife tem foco na "classe trabalhadora". "Nosso foco são pessoas que querem proteger suas famílias, que podem precisar mais de nossos produtos que uma pessoas mais rica", diz Toppeta, destacando que os endinheirados também têm espaço dentro dos produtos da MetLife.

Segundo ele, um dos maiores desafios do setor de seguros, mesmo nos Estados Unidos, é fazer os consumidores entender o que o produto pode oferecer. Uma pesquisa nos EUA mostrou que um executivo gasta apenas 8 minutos por ano para fazer um seguro de vida. "Nosso desafio é educar" diz, destacando que o desconhecimento sobre as apólices ainda e muito alto. (ASJ)