Título: MetLife espera ter lucro no Brasil em 2007
Autor: Silva Júnior, Altamiro
Fonte: Valor Econômico, 19/10/2006, Finanças, p. C8

A Metropolitan Life (MetLife), maior seguradora de vida dos Estados Unidos, quer estar entre as cinco companhias que mais crescem no mercado de seguros do Brasil. Para isso, não descarta fusões e aquisições e a expansão para novas áreas de negócios, como o seguro odontológico, informa o presidente internacional da MetLife, William Toppeta.

A MetLife chegou ao país em 1999 e desde então vem apresentando prejuízos. Segundo Toppeta, 2006 deve ser um novo ano de perdas. Em 2007, deve entrar no azul. Resultados mais robustos, porém, devem aparecer a partir de 2008. "O investimento no Brasil foi um investimento para o futuro", disse o executivo, que participou esta semana de um simpósio em Nova York promovido pela MetLife que reuniu jornalistas dos países onde a seguradora atua na America Latina (além do Brasil, Argentina, México e Chile).

"Dependendo do mercado, só esperamos ter lucros após sete ou oito anos de atuação", afirmou. A razão, diz o executivo, são os pesados investimentos iniciais quando começa atuar em um país, como gastos em infraestrutura, tecnologia e em contratação de executivos, sem a contrapartida da receita.

A expansão da MetLife fora dos Estados Unidos é relativamente recente. Começou nos anos 90 (a seguradora foi fundada em 1868). Entre os países onde atua, o Brasil é visto como uma aposta de médio prazo, junto com Hong Kong e Argentina. Para estas regiões, Toppeta espera prejuízo este ano, equilibrio em 2007 e crescimento de 15% a 17% em 2008. Já China e Índia são considerados "colaboradores de longo prazo" e os retornos sao esperados apenas depois de 2010.

"Sao os mercados do futuro", acrescenta Toppeta sobre os dois grupos de países, regiões que continuam recebendo investimentos da seguradora. Outros países, como México, Chile e Japão, já dão resultado, mas, mesmo assim, a MetLife espera ganhos anuais de, pelo menos, 15%.

Os Estados Unidos sao, de longe, o principal mercado da seguradora e respondem, sozinhos, por 93% das operações da MetLife. No México, tem sua maior operação fora dos EUA e é a principal seguradora de vida, inclusive com as apólices dos funcionários públicos mexicanos. No Chile e Japão, é a segunda em vida e previdencia. Em boa parte destes mercados, a seguradora ganhou terreno por meio de aquisições ou via parcerias com bancos locais, como o BancoEstado, no Chile.

No Brasil, porém, as operações da MetLife ainda são modestas quando comparadas com os EUA ou com outras regiões onde atua ou ainda com o próprio potencial do mercado brasileiro, reconhece Oscar Schmidt, responsável pelas operações da MetLife na America Latina. No segmento de vida, ocupa a sétima posição no ranking das maiores companhias. Em previdencia, esta em 12º lugar.

Um dos fatores que contribuiu para melhorar as operações da seguradora no Brasil foi a aquisição das operações mundiais da seguradora do Citibank, por US$ 12 bilhões. Com isso, saltou do 12º lugar no ranking de vida para a sétima posição. Segundo Toppeta, a MetLife olha para três fatores quando vai fazer uma aquisição. Se as operações sao comparáveis e complementares, se esta dentro do foco da seguradora e, por último, se tem potencial de crescer, mesmo a companhia tendo problemas.