Título: Fabricantes disputam espaço no varejo
Autor: Borges, André
Fonte: Valor Econômico, 19/10/2006, Empresas, p. B3

O computador onde o cliente está. De olho nas vendas de fim de ano, período que deve ter o PC entre os principais destaques na área de eletrônicos, os principais fabricantes tratam de amarrar acordos com redes de varejo de todo o país ou partem para montar as suas próprias revendas.

A Lenovo, que até agora só vendia por telefone, internet ou canais especializados, acaba de fechar seu primeiro acordo com a rede de varejo Ponto Frio. "Estaremos nas lojas antes do Natal", diz o diretor de vendas para pequenas e médias empresas, Nelson Scarpin, que negocia com outras três redes.

O mesmo desafio é encarado pela Dell, reconhecida pela produção iniciada somente após cada pedido - feito via internet ou telefone -, mas limitada para chegar ao consumidor das classes C e D, que na maioria das vezes está em busca de seu primeiro computador.

Como redes de varejo não estão nos planos da Dell - ao menos até agora - a empresa testou, recentemente, um quiosque montado em um shopping de São Paulo, para chegar até o cliente. A companhia não revela quantas máquinas vendeu durante seus três meses da experiência, cuja inspiração vem de ações feitas nos Estados Unidos. O resultado, porém, como aponta a gerente de produtos, Karla Wagner, foi "interessante" o suficiente para ampliar a iniciativa no Brasil. A companhia já se prepara para a abertura de quiosques em diversos shoppings. Outros Estados, além de São Paulo, são analisados.

Estreantes no varejo, Dell e Lenovo têm pela frente a concorrência de empresas como a CCE, uma novata na área de informática, mas veterana nas prateleiras.

Com uma rede de parceiros diluída em 5 mil empresas - lista que inclui Carrefour, Extra e Magazine Luiza -, no momento a CCE também negocia a entrada de seus micros nas Casas Bahia, rede que vê nos PCs um dos setores que mais cresce. Na CCE, a produção, que começou com 3 mil unidades em fevereiro, já atinge 35 mil máquinas por mês. "Vendemos mais de 130 mil máquinas, batendo a meta do ano", diz o gerente de marketing e novos negócios da área de informática, Gilberto Marangão.

O movimento também é intenso na Magazine Luiza, que lançou uma máquina com monitor LCD da Samsung a R$ 1,4 mil (prestações de R$ 78,00). "Em dez dias, vendemos 6 mil máquinas. Esperávamos vender só 3 mil por mês", diz o gerente de compras, Marcelo Neve. No Extra, projeta-se alta de 70% na venda de PCs neste fim de ano em relação a 2005.