Título: Amazon PC planeja dobrar de tamanho
Autor: Borges, André
Fonte: Valor Econômico, 19/10/2006, Empresas, p. B3

Até três anos atrás, a Amazon PC se contentou em ser uma pequena fábrica de componentes de informática, instalada na Zona Franca de Manaus. Então com faturamento de R$ 1 milhão, a companhia fundada em 1997 fazia o suficiente para tocar suas operações sem grandes pretensões. Bastava para atender pequenos distribuidores. Ainda assim, chamou a atenção de Carlos Diniz, um autodidata em tecnologia que, aos 37 anos, estudava uma forma de entrar no mercado de computadores. "Um dia decidi ligar para os donos da Amazon e perguntar se queriam me vender a empresa", conta. "Fiquei surpreso quando eles me chamaram para conversar. Fiz uma proposta e fechamos negócio."

Diniz não diz quanto pagou pela empresa que, em seguida, recebeu R$ 8 milhões em investimentos. A pequena empresa deu espaço para o grupo MCD/Amazon PC, negócio que passou a incluir, além da fábrica de micros, a MCD Distribuidora, voltada a componentes para o atacado; a MCD Indústria, para a fabricação de placas; e um escritório em São Paulo.

Hoje o executivo administra uma operação que irá faturar R$ 200 milhões neste ano. Para 2007, a meta é dobrar de tamanho, tendo como base lançamentos de PCs e notebooks, além da venda de placas-mãe para outros fabricantes. Nas instalações, onde hoje trabalham 300 pessoas, chegarão mais 200 colaboradores.

O crescimento já chamou a atenção de investidores, mas Diniz segue a cartilha e diz que não está trabalhando para vender a operação ou parte dela. Admite, porém, a sondagem. "O que posso dizer é que temos recebido o assédio de diversas empresas."

Com uma mão nos negócios e outra nos bits, o executivo participa de cada projeto de seus engenheiros. Os palpites parecem estar no rumo certo. Com capacidade de produzir 78 mil máquinas e até 300 mil placas por mês, a Amazon PC já está nas gôndolas das redes Carrefour e Citylar, além de Americanas.com, Submarino e Shoptime. Com a venda mensal de 15 mil computadores, a companhia quer brigar de frente com os principais líderes no mercado de computadores do país, empresas como a Positivo Informática, que hoje lidera o setor e se prepara para abrir capital. "Não queremos ser o maior desse mercado, mas sim aquele que ganha mais dinheiro", ironiza Diniz. "Mas a concorrência que se cuide", acrescenta. E Amazon PC também. Como sabe o seu diretor, aquisições costumam ser uma das prioridades para quem se aventura na Bolsa. (AB)