Título: Japão é quem mais resiste a mudanças
Autor: Moreira, Assis
Fonte: Valor Econômico, 09/02/2007, Brasil, p. A5

Por enquanto, é apenas alemão o plano de dar um assento permanente para o Brasil, China, Índia, México e África do Sul num grupo coadjuvante que possa influenciar as decisões da economia internacional, durante a cúpula do G-8 (Alemanha, EUA, Japão, Canadá, Grã-Bretanha, França, Itália e Rússia), marcada para o dia 6 de junho na estação balneária de Heiligendamm, na Alemanha. O Valor apurou que o Japão é o país que mais resiste à proposta, para não dar mais espaço para a China. Os Estados Unidos mostram relutância.

O governo alemão insiste, porém, que não tem sentido convidar os emergentes em bases "ad hoc", ou seja, somente quando a situação o exige, e que é hora de iniciar um "diálogo com substância e seguimento".

Em todo caso, a chanceler Angela Merkel já indicou que criação do grupo coadjuvante não significará futura expansão do G-8 para o Brasil, China e os outros países. A diplomacia brasileira alimentara a esperança de que a Alemanha abriria as portas do G-8 para o país em bases permanentes, mas como integrante da liga principal.

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, recentemente multiplicou declarações pedindo para o G-8 incluir "gigantes" como China e Índia, se quisesse manter sua influência no mundo, mas não citou especificamente o Brasil.

Já para os alemães, o G-8 deve se limitar aos seus participantes atuais, que chama de "comunidade de valores". A Rússia, com seus problemas de regime político forte, corrupção e violência, entre outros, foi a última a entrar no clube. (AM)