Título: Indústria puxa alta do emprego
Autor: Galvão, Arnaldo
Fonte: Valor Econômico, 20/10/2006, Brasil, p. A4

O emprego formal no regime de contratação da Consolidação das Lei do Trabalho (CLT) teve, em setembro, saldo de 176.735 vagas entre demissões e admissões. Deste total, 46% foram abertas na indústria. No período entre janeiro e setembro, o saldo acumulado foi de 1.383.805 postos de trabalho, ritmo 1,76% menor do que nos mesmos meses do ano passado. O estoque de empregos, contudo, cresceu 5,3% até setembro deste ano em relação ao final de 2005. No ano, a participação da indústria é menor: 25%.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que estava afastado para dedicar-se à campanha da reeleição do presidente Lula e ontem voltou para divulgar os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), manteve a previsão de fechar 2006 com saldo próximo do 1,253 milhão de empregos formais criados em 2005. O ritmo de abertura de vagas, em setembro, foi 6,7% inferior ao de igual mês do ano passado.

Os números do Caged mostram, na interpretação de Marinho, que a construção civil está reagindo bem, apesar de o saldo de empregos em setembro (12.570) ser menor que o de setembro do ano passado (16.630). Para o ministro, mais relevante é o saldo acumulado neste ano no setor - 131.409 vagas -, maior que o do mesmo período do ano passado: 107.836.

Por motivos sazonais do ciclo de produção da cana-de-açúcar, o Nordeste foi a região que mais criou empregos celetistas em setembro. Foram 80.913 vagas contra 57.463 do Sudeste, que aparece em segundo lugar. Marinho disse que o Nordeste recebeu muito investimento. Portanto, a boa criação de empregos na região não pode ser creditada apenas ao programa Bolsa Família. "Os bolsões de pobreza em São Paulo também receberam o apoio do programa, apesar de esse ser o Estado mais rico da Federação", ponderou.

O ministro informa que, entre janeiro de 2003 e setembro de 2006, foram criados 4,806 milhões de postos de trabalho com carteira assinada. No âmbito mais amplo do emprego formal - incluindo os funcionários públicos estatutários - foram criadas 5,938 milhões vagas. No critério ainda mais abrangente das ocupações (formais e informais), chega a 7,735 milhões o total de novos empregos desde o início do governo Lula.

No período janeiro-setembro, o setor que mais criou empregos celetistas foi o de serviços, com saldo de 496.167 vagas. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o ritmo caiu 4%. Na indústria, foram abertos 346 mil postos até setembro - 16% mais do que em igual período de 2005.

Em setembro, a indústria abriu 81,9 mil vagas. De acordo com o Caged, o segmento de alimentos foi o que mais contribuiu, com 52 mil postos. Em seguida, vieram as empresas têxteis (6.854), químicas (5.073) e metalúrgicas (4.327). O único setor industrial que fechou vagas no mês foi o de borracha/fumo/couros: menos 2.911 vagas.

Em nove regiões metropolitanas, foram criadas 73,5 mil empregos em setembro. No interior desses nove Estados, o saldo positivo entre demissões e contratações foi de 38,3 mil vagas. Os Estados são: Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

As áreas metropolitanas que mais criaram empregos em setembro foram as de São Paulo (28.950) e Rio (11.672). No interior, os destaques foram São Paulo (21.422) e Pernambuco (19.843).