Título: Banco quer reduzir defasagem regional
Autor: Santos, Chico
Fonte: Valor Econômico, 23/10/2006, Brasil, p. A4

Desde o ano passado, o BNDES estuda formas de reduzir a defasagem na distribuição de investimentos entre o Nordeste e demais regiões do país. Uma das iniciativas já colocadas em prática é o Programa de Dinamização Regional (PDR), que aumenta em até 45% a participação do banco em projetos para investimentos em municípios considerados como de baixa renda estagnada, de acordo com a classificação na Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR).

O programa também reduz em um ponto percentual a taxa de juros e admite operações diretas (sem custo de intermediação) para empréstimos de R$ 1 milhão ou mais. A aplicação do programa está também relacionada com o novo mapa de distribuição microrregional de renda do Brasil, que localiza as áreas mais pobres entre as mais pobres e até as regiões carentes dentro de regiões mais ricas.

Para Elvio Gaspar, diretor da área de crédito do banco, o novo programa ainda é insuficiente para mexer na má distribuição regional dos recursos do banco. Segundo ele, são necessários três tipos de ações para alcançar resultados significativos, começando pela elaboração de "boas políticas regionais", como a PNDR.

Outro tipo de ação relevante, na avaliação do executivo, seria ajudar a mostrar aos investidores as oportunidades de bons negócios no Nordeste, criando condições de infra-estrutura adequadas para que esses investidores sintam-se atraídos. Gaspar relacionou o porto de Suape (Pernambuco) e a ferrovia Transnordestina (entre os Estados de Pernambuco-Piauí) como exemplos de obras de infra-estrutura capazes de atrair novos investimentos para o Nordeste.

O diretor do BNDES disse que o terceiro aspecto importante para reverter a posição do Nordeste na distribuição dos investimentos é que "os governantes locais façam suas partes". Para ele, os governos estaduais e até municipais precisam ajudar no esforço de atração de investimentos, seja com políticas adequadas, seja com posturas governamentais que inspirem credibilidade quanto a suas intenções administrativas. (CS)