Título: Colômbia reduz impostos para atrair investimento
Autor: Agências internacionais
Fonte: Valor Econômico, 12/02/2007, Internacional, p. A12

O governo da Colômbia vai reduzir os impostos cobrados de empresas locais e estrangeiras que investirem no mínimo US$ 32 milhões pelos próximos três anos nas zonas econômicas especiais do país. Segundo o ministro colombiano da Indústria e Comércio, Luis Guillermo Plata, a alíquota atual de 38,5% cairá para 15%.

"O decreto visa a criar um ambiente melhor para os investimentos na Colômbia, ao mesmo tempo em que torna o país mais competitivo", disse Plata.

Empresas que criarem ao menos 600 empregos nos próximos três anos também vão se beneficiar da medida, que entrou em vigor na sexta-feira, após a sanção do presidente Álvaro Uribe.

O governo instituiu critérios mais favoráveis para as empresas agroindustriais, com um mínimo de US$ 16,4 milhões em investimentos ou 500 empregos criados.

Empresas como a Cementos Argos, a maior cimenteira do país, já mostrou interesse em mudar sua sede para a zona econômica especial, para usufruir dos benefícios fiscais, disse o vice-ministro de Indústria e Comércio, Eduardo Muñoz.

"Companhias de biocombustível também mostraram interesse", acrescentou Muñoz.

A Colômbia tem atualmente 11 zonas econômicas especiais espalhadas por todo o país. As cidades costeiras de Barranquilla, Santa Marta e Cartagena sediam as maiores, mas há também em Bogotá, Cáli e na terceira maior cidade colombiana, Cúcuta.

Cidades menores têm planos de instituir essas zonas especiais, como forma de atrair investimentos e criar empregos voltados para a exportações.

No ano passado, o fluxo de investimento externo direto para a Colômbia cresceu 227%, segundo a Unctad (órgão da ONU para desenvolvimento do comércio), chegando a US$ 10 bilhões. Entre as economias, da América Latina, a Colômbia só recebeu um fluxo de IDE menor que o do Brasil (US$ 15 bilhões) e do México (US$ 18 bilhões). Ficou à frente do Chile (US$ 7 bilhões) e da Argentina (US$ 5 bilhões).

Além de apostar na atração de investimentos, as autoridades colombianas estão trabalhando para que o tratado de livre comércio (TLC) com os EUA, peça-chave do programa do governo Uribe para acelerar o crescimento do país, seja ratificado pelo Congresso americano até junho.

A chanceler colombiana, Maria Araujo, disse na semana passada que o país sofre uma ameaça "extraordinária". "Precisamos desse acordo. Há 150 mil empregos em jogo. Se não ratificarmos o TLC, esses postos serão destruídos."

Araujo tem viagens marcadas para os EUA nos próximos meses, para tentar convencer os deputados e senadores democratas - que são maioria nas duas Casas - de que não há razão para preocupações quanto a direitos trabalhistas e outras garantias. O Congresso americano teme que o país andino usufrua de vantagens injustas no custo de produção de seus bens de exportação, caso não adote um marco mínimo de direitos para os trabalhadores.

A economia da Colômbia deve crescer até 6,6% em 2007, segundo estimativa do presidente do Banco Central do país, Jose Dario Uribe. A projeção do BC colombiano coloca a expansão do PIB de no mínimo 4,6% a no máximo 6,6%. A inflação, ainda segundo o BC, deve ficar entre 3,5% e 4,5%.