Título: Gráficos também apontam para a máxima histórica
Autor: Cotias, Adriana e Camba, Daniele
Fonte: Valor Econômico, 23/10/2006, EU & Investimentos, p. D1

Em muitos momentos, fundamentos e gráficos apontam destinos opostos para o mercado acionário. Agora, no entanto, essas duas linhas de pensamento pendem para o mesmo lado. Neste último trimestre, o Ibovespa tende a ficar estagnado, oscilando entre os 38 mil e 39 mil pontos, podendo voltar no máximo ao pico histórico dos 42 mil pontos, atingido em maio - quando então caiu ladeira abaixo até os 32 mil pontos.

Desde julho, o Ibovespa está oscilando entre os 34 mil e os 39.400 pontos, segundo o chefe de análise da corretora Planner, Luiz Antonio Vaz das Neves. "Os 39.400 pontos são um ponto de resistência bastante importante, em que o índice tem mostrado muita dificuldade de ultrapassar."

No entanto, se romper essa marca, o principal índice da bolsa brasileira terá forças suficientes para caminhar direto até os 42.240 pontos, atingindo uma novo nível histórico. O último pico foi em 9 de maio, quando o Ibovespa fechou em 41.979 pontos.

Mesmo que isso não aconteça agora, não há motivos para desânimo. É uma questão de tempo o índice bater nos 42 mil pontos. Pela análise gráfica de Vaz das Neves, se o Ibovespa não ultrapassar os 39.400 pontos, deve cair até os 37 mil, até acumular forças para, enfim, buscar os 42 mil pontos, em algum momento em maio do ano que vem. "Essa pontuação é algo que mais dia menos dia a bolsa irá novamente experimentar", diz o especialista.

Passado os tão suados 42 mil pontos, a próxima marca que o Ibovespa irá buscar é a dos 45 mil, que jamais foi atingida. Para o grafista da Planner - que também tem um pé na escola fundamentalista - o mercado brasileiro tem condições de chegar nessa pontuação até o fim do primeiro trimestre de 2007. Após os 45 mil pontos, o outro nível importante será nos 55 mil pontos que, segundo os gráficos, deve ocorrer ao fim do próximo ano.

O atual movimento de valorização nos preços das ações faz parte de um grande ciclo de alta da bolsa brasileira iniciado em 1997, quando o Ibovespa estava no fundo do poço, negociado na casa dos 6 mil pontos. Em quase uma década, o índice se valorizou, em termos nominais, mais de 500%. Vaz das Neves lembra que, junto com os gráficos, o investidor deve considerar os fundamentos econômicos, já que são o pano de fundo para delinear as tendências que acabam expressas nos gráficos.