Título: UE quer acelerar acordo com Mercosul, diz Durão Barroso
Autor: Moreira, Assis
Fonte: Valor Econômico, 24/10/2006, Brasil, p. A3

O presidente da Comissão Européia, José Durão Barroso, enfatizou a disposição européia de fazer logo o acordo de associação birregional União Européia-Mercosul, que inclui zona de livre comércio, mas também cooperação e uma parte política.

"Queremos acelerar a negociação União Européia-Mercosul, não há dúvidas sobre isso", disse Barroso ao Valor, em passagem por Genebra. Ele argumentou que os dois blocos só têm a ganhar com a ampliação das relações comerciais, mas não entrou em detalhes.

Em Bruxelas, a embaixadora brasileira na União Européia, Maria Celina de Azevedo Rodrigues, destacou que declarações privilegiando os acordos bilaterais têm aumentado, mas que a "questão de um milhão de dólares" é se os europeus vão traduzir isso na mesa de negociações com o Mercosul, nos dias 6 e 7 de novembro no Rio.

Uma semana depois da reunião na capital carioca, negociadores dos dois blocos voltam a se reunir em Bruxelas para discutir o capítulo político da associação, que está bem mais avançado.

Entre analistas, a expectativa é de que a União Européia possa oferecer vantagens específicas ao Brasil, por exemplo maior acesso ao etanol, ou à Argentina na exportação de milho, por exemplo. Só que o preço pelo que pode oferecer em agricultura é visto como ainda tremendamente elevado para levar o Mercosul a aceitar, ainda mais com o bloco agora contando também com a Venezuela.

Bruxelas prepara-se para abrir negociações com a Índia, com o plano de encerrá-las em 2009.

As intenções de acordos preferenciais de comércio continuam a ser anunciadas, com os países procurando garantir fatias para suas exportações, na ausência da Rodada Doha na OMC.

A Suíça, campeã mundial de subsídios agrícolas por habitante, confirmou que está em busca desse tipo de acordo, visando Japão, Tailândia, Egito e países do Golfo Pérsico. Por sua vez, a Asean, que reúne países do Sudeste Asiático, quer concluir entendimentos com China, Japão, Austrália e Nova Zelândia até 2014.

Enquanto isso, a Ucrânia espera entrar na OMC até fevereiro do próximo ano. E a Rússia espera que os EUA proximamente cheguem a um acordo e enfim dêem o sinal verde para sua adesão.