Título: Com preço em queda, oferta de álcool cai
Autor: Scaramuzzo, Mônica
Fonte: Valor Econômico, 12/02/2007, Agronegócios, p. B11

A oferta de álcool combustível no mercado doméstico começa a ficar mais escassa na medida que recuam os preços do álcool anidro e hidratado (posto usina). "As usinas têm vendido poucos volumes nos últimos dias", confirmou Marcelo Andrade, da Ecoflex Trading. Na última sexta-feira, os preços do álcool combustível caíram pela quinta semana consecutiva, segundo levantamento semanal feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

O litro do anidro (misturado à gasolina) encerrou a R$ 0,81947/ (sem impostos), em queda de 3,03% sobre a semana anterior. O hidratado encerrou a R$ 0,78281 o litro (sem impostos), baixa de 3,66% em relação à semana anterior. Nas duas últimas semanas, a queda dos preços do álcool foi acentuada em consequência da maior oferta do combustível, mesmo em plena entressafra. As cotações atuais do álcool anidro e hidratado estão abaixo dos preços praticados no pico do ciclo 2006/07.

Neste ano, o álcool anidro registra desvalorização de 5,3%. Na comparação com agosto, pico da safra 2006/07, a queda é de 20,4%, e sobre o mesmo período de 2006, a baixa atinge 21,1%. Neste ano, o álcool hidratado acumula recuo de 7,1%. Em relação a agosto, a baixa é de 12,6%, e na comparação com o mesmo período do ano passado, a queda é de 24,2%. No pico da entressafra do ano passado, os preços do álcool combustível (posto usina) chegaram a atingir R$ 1,30.

De acordo com Andrade, se boa parte das usinas continuar segurando a oferta, a tendência é de que os preços do álcool passem a subir. Mas a entrada de álcool da nova safra a partir de março, com o início da moagem em algumas usinas do centro-sul do país, deverá pressionar as cotações do álcool novamente.

Segundo Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), o movimento de queda dos preços do álcool combustível - iniciado na primeira semana de janeiro - não tem sido no mesmo ritmo do recuo nas usinas. Nas duas últimas semanas, o relatório da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostra recuo dos preços médios do álcool de menos de 1% nas bombas.

Rodrigues observou que a demanda pelo combustível segue estável e, em algumas regiões, como Minas Gerais, diminuiu.