Título: Corte de custos pode ir do supermercado ao seguro de vida
Autor: Pavini, Angelo
Fonte: Valor Econômico, 22/02/2007, Eu & Investimentos, p. D1

No seguro do carro, a questão da comodidade ainda prevalece, o que faz a pessoa optar pelo plano oferecido pelo banco onde tem conta, quando seria possível reduzir o custo consultando um corretor. Uma pessoa que não costuma ter acidentes freqüentes, que usa pouco o carro e o deixa sempre em estacionamentos, pode aceitar um valor de franquia maior em troca de um custo menor do seguro.

No supermercado, a economia pode começar com pesquisas de preços e promoções. E evitar as compras por impulso. Um conselho simples é nunca fazem compras de estômago vazio e deixar as crianças "pidonas" em casa - a babá pode sair mais barato que os gastos extras. Em remédios, há farmácias na internet que oferecem preços melhores. E em cuidados pessoais, pode-se pensar duas vezes antes de pagar aquela academia ou clube que nunca é visitado.

Palatnik diferencia o seguro de vida do seguro do carro. Ele lembra que o seguro de vida é de longo prazo, enquanto o do carro é por um ano apenas. "Por isso, pesquisar a solidez da empresa é importante no seguro de vida, para se saber se ela estará aqui daqui 20, 30, 40 anos". A necessidade de ter um seguro de vida depende do perfil de cada um. Para quem tem patrimônio elevado, um seguro desses não é tão importante. Mas quem tem filhos pequenos e renda alta deve tentar preservar esses ganhos para a família em caso de morte, e aí o seguro é mais importante.

O estudo inclui ainda outras economias, como luz, água e refeições fora de casa. Isso não quer dizer que é preciso a tomar banho frio de canequinha ou abandonar os jantares em restaurantes. Mas, com planejamento, podem ser tomadas medidas que reduzam esses gastos, mantendo o conforto sem abrir mão dos prazeres.

Palatnik dá ainda algumas dicas para quem quer guardar dinheiro. A primeira, não deixe de incluir títulos de renda variável em sua carteira. A segunda, saber equilibrar a segurança da renda fixa com a rentabilidade da renda variável. Em terceiro, tomar cuidado com imóveis, pois no futuro a população brasileira crescerá mais lentamente e a necessidade de novos imóveis tenderá a diminuir. "Claro que teremos oportunidades com variações sazonais ou provocadas por novas formas de financiamento ou juros mais baixos", lembra. Outra dica é fazer aplicações planejada, periódica e regularmente, reduzindo o risco das oscilações do mercado. O investidor deve tomar cuidado com novidades em investimentos, incorporando-as aos poucos. "Colocar parte importante do patrimônio em alternativas exóticas ou pioneiras é coisa para especialistas". Outra sugestão é evitar fazer grandes mudanças nos investimentos durante períodos de turbulência. (AP)