Título: Código de auto-regulação tenta estabelecer padrões mínimos
Autor: Monteiro, Luciana
Fonte: Valor Econômico, 24/10/2006, EU & Investimentos, p. D1

Das 24 instituições financeiras ligadas à Anbid, nove delas já receberam o selo de certificação da área private da entidade. Entre os principais pontos, o novo código de auto-regulação determina quem pode exercer a função de administrador de recursos de private e quais as condições mínimas para fazer a gestão. Para assegurar total independência entre o segmento private e as demais áreas dos bancos, o código determina, por exemplo, que a área tenha um diretor responsável que responda à Anbid e que seja diferente do diretor de tesouraria ou o da asset. Além disso, a área deve ter departamentos de análise macroeconômica e de investimentos totalmente separados da asset do banco.

O código considera como cliente private aqueles com investimento mínimo de R$ 1 milhão. As instituições associadas à Anbid são obrigadas a aderir ao código no prazo de 180 dias e receberão um selo de qualidade. O período se encerra em 28 de novembro. Já receberam o selo da Anbid: Itaú, Unibanco, HSBC, ABN Amro, BBM, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Safra.

Depois de um período de vacas magras provocado pelos anos de baixo crescimento do país, a retomada da economia e as aberturas de capital de algumas empresas colocaram milhões nas mãos de empresários e deram novo fôlego para o setor de gestão de fortunas. O movimento é o maior desde o início da década de 90, lembra Hiram Maisonnave, vice-presidente do Private do BNP Paribas.

O crescimento deve continuar, mas não tão forte como se viu no início da década de 90, quando teve início um forte movimento de abertura da economia e diversas empresas locais familiares, diante da forte concorrência externa, decidiram vender o negócio. Naquela época, muitos empresários venderam suas empresas para multinacionais e isso deu impulso ao setor. (LM)