Título: Para Marta, Alckmin é o "candidato da divisão"
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 25/10/2006, Política, p. A6

A coordenadora da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à reeleição em São Paulo, Marta Suplicy, disse, ontem, que o debate realizado na segunda-feira pela Rede Record deixou claro que o tucano Geraldo Alckmin é o candidato da "divisão" e da "minoria".

"O interessante é que está ficando claro que ele (Lula) é o candidato da igualdade, que tem possibilidade de unir os brasileiros, e o Alckmin é o candidato da divisão, o candidato de uma minoria que se reúne em clube e fala as barbaridades e leviandades que falaram ontem (no debate)", afirmou Marta, durante caminhada na região de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo.

Na avaliação da ex-prefeita de São Paulo, nesta reta final de campanha "algumas coisas têm de ser mais esclarecidas, como Alckmin dizendo que não aumentou os impostos no Estado de São Paulo". Segundo Marta, a gestão tucana elevou taxas como a do IPVA, a de licenciamento de veículos e as de serviços de cartórios. .

A petista demonstrou otimismo com relação ao resultado do segundo turno no Estado. Com grande eleitorado na capital, Marta foi chamada para a campanha de Lula justamente para tentar diminuir a diferença entre o petista e o tucano. No primeiro turno, Alckmin teve 54,20% dos votos válidos, contra 36,77% de Lula.

Já para o governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), Lula pecou por um suposto "excesso de arrogância" em sua participação no debate da TV Record.

Aécio fez o elogio de praxe ao candidato de seu partido, Geraldo Alckmin, e disse que a "arrogância" do adversário petista chamou sua atenção. "(Lula) Não se comportou como um candidato em disputa, como, a meu ver, deveria se colocar. Faltou, em determinado momento, até respeito, não ao candidato Geraldo Alckmin, mas à sociedade brasileira", disse ele.

Para o governador tucano, Lula se portou como se já tivesse ganho as eleições: "E eu falo isso daqui de Minas Gerais, onde nós aprendemos sempre muito cedo que eleição e mineração só têm o resultado final após a apuração".

Aécio negou que, conforme notícia divulgada pela imprensa, já estivesse em negociações sobre futuras parcerias com a União considerando a possibilidade de reeleição do presidente Lula. "Não houve nenhuma conversa. Acho até que aqueles que estão do outro lado querem se aproximar dos governadores eleitos talvez até para se afastar daqueles que lhes causam problemas", disse ele. (Com agências noticiosas)