Título: No Maranhão, Lula pede votos para Roseana
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 25/10/2006, Política, p. A9

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou apoio à candidata do PFL ao governo do Maranhão, Roseana Sarney, em comício na tarde de ontem, em Timon, no norte do Estado. Dividindo o palanque com Roseana, Lula disse que devia lealdade à pefelista e afirmou ser vítima de uma "elite raivosa" que não aceita um presidente do "povo". "Vim aqui para cumprir um dever de lealdade a essa mulher que foi leal comigo desde 2002. A gente conhece um amigo quando ele está em desgraça, quando é festa, todo mundo é amigo", disse Lula.

A candidata agradeceu o apoio de Lula e, discursando sob um calor de mais de 40 graus, disse que votou no presidente nos dois turnos de 2002, no primeiro turno desta eleição e que continuará votando nele, que, segundo ela, é o "melhor para o Brasil e para o Nordeste". "Eu acredito no Lula, na sua biografia, ele é o melhor para o Brasil e para o Nordeste. Por isso o Maranhão lhe deu 75% dos votos. Não posso prometer que vai dobrar, mas vai aumentar (o número de votos para Lula no Maranhão no segundo turno)".

O senador Romero Jucá (PMDB), líder do governo no Senado e derrotado ao governo de Roraima, o senador reeleito José Sarney (PMDB-AP), o governador reeleito do Piauí, Wellington Dias (PT), o governador reeleito do Amapá, Antônio Waldez Góes (PDT), o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) e o secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci, também estavam no palanque Lula-Roseana. A aliança contraria a regra da verticalização (que proíbe apoios formais diferentes em âmbito nacional e regional), já que, nacionalmente, o PFL faz parte da coligação Por Um Brasil Decente, do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.

Antes da chegada do presidente Lula à cidade de Timon, houve um pequeno incidente envolvendo uma eleitora do candidato Jackson Lago, do PDT, que concorre com Roseana pelo governo do Estado. A eleitora, identificada como Juliana Pinheiro, portava uma bandeira do PT e de Jackson Lago, quando foi agredida por dois organizadores do evento. Os dois jovens da organização arrancaram a bandeira da eleitora e a levaram à força para fora da área onde foi realizado o ato político. Os agressores ainda não foram identificados.

De Timon, Lula seguiu para Teresina (PI), onde fez um discurso na praça Pedro II. Ele usou como "gancho" o fato de fazer aniversário na sexta-feira (61 anos) para dizer que espera receber um "presente" no domingo, "quando o povo brasileiro irá apertar o número 13 nas urnas".

O petista afirmou que o eleitorado vai votar em dois projetos de país: "Um voltado para a redução da pobreza e para a geração de empregos. E o outro, que só olha para o pobre em época de eleição".

O senador José Sarney (PMDB-AP), que acompanhou o presidente, passou por um constrangimento em Teresina. Sarney foi vaiado pelo público assim que seu nome foi anunciado, e Lula teve que sair em defesa do ex-presidente. Disse que Sarney sempre foi leal e uma peça importante desde os primeiros dias de seu governo.