Título: Força rejeita reforma da Previdência
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 25/10/2006, Política, p. A9

A Força Sindical criticou ontem o coordenador da campanha do PT à Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, por suas declarações a respeito de uma reforma da Previdência em um eventual segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na sabatina promovida ontem pela "Folha de S. Paulo", Garcia disse que a reforma da Previdência "poderá ser rediscutida" e acrescentou: "mas não será de forma unilateral". Segundo ele, "todas as reformas da Previdência bem-sucedidas no mundo são aquelas que envolvem um amplo consenso da sociedade. Se não houver um amplo consenso, não teremos nenhuma condição de avançar", disse, sem fornecer maiores detalhes sobre o tema.

Em nota à imprensa, a central sindical declarou que "repudia qualquer tentativa de se fazer uma reforma da Previdência que venha retirar direitos dos trabalhadores" e que as afirmações de Garcia são "inoportunas".

A entidade também acrescentou que não aceitaria "de forma alguma uma reforma feita na calada da noite, com o intuito de mexer nos direitos adquiridos".

Para a Força, "qualquer mudança na legislação previdenciária deve necessariamente passar pelo fim dos privilégios, aumento da fiscalização para acabar com a inadimplência e a corrupção" e prometeu "lutar com todas as forças" para evitar a desvinculação do salário mínimo dos reajustes das aposentadorias pagas pelo INSS.

A Força Sindical é presidida por Paulo Pereira da Silva, presidente do diretório paulista do PDT, que recentemente declarou apoio à candidatura do tucano Geraldo Alckmin à Presidência da República. Uma parte da entidade sindical, no entanto, apóia a reeleição do presidente, juntamente com a CUT e a CGT.