Título: Ibovespa tem maior pontuação desde maio
Autor: Laier, Paula
Fonte: Valor Econômico, 25/10/2006, Finanças, p. C2

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou com o seu principal índice em alta ontem, na maior pontuação em cinco meses, motivada pela valorização das ações da Petrobras e da Vale do Rio Doce. O Ibovespa subiu 0,69%, aos 39.498 pontos, no maior nível desde 12 de maio, quando marcou 40.211 pontos. A longo do dia, atingiu a máxima de 39.552 pontos. O giro somou R$ 2,46 bilhões.

O avanço nos preços do petróleo e a conclusão da compra da canadense Inco pela Vale impulsionaram os papéis das companhias de petróleo e de mineração, que detêm quase 30% do Ibovespa, resumiu o gerente da mesa de Bovespa da SLW Corretora, César Alberto Lopes. Isso acabou neutralizando um possível reflexo do comportamento indefinido nos pregões em Nova York.

A retomada da trajetória ascendente do petróleo beneficiou as ações da Petrobras, que terminaram o dia com alta superior a 2%. As preferenciais da estatal subiram 2,39%, a R$ 41,90. As ON valorizavam-se 2,57%, a R$ 46,66. Em Nova York, o barril de petróleo tipo WTI negociado para dezembro aumentou 0,92% a US$ 59,35. Na City londrina, o contrato tipo Brent encerrou a US$ 59,86, com acréscimo de 1,1%.

Mas a grande notícia do dia ficou mesmo por conta da Vale. Dois meses e meio após fazer uma oferta de quase US$ 18 bilhões à vista pela mineradora canadense, a empresa brasileira anunciou a obtenção de 75,66% do capital da produtora de níquel do Canadá. As ações PNA da Vale avançaram 3,34%, a R$ 45,99. Os papéis ON avançaram 4,63%, a R$ 54,40. Com a compra da Inco, a Vale pode se transformar na segunda maior companhia de mineração diversificada do mundo, atrás apenas da gigante anglo-australiana BHP Billiton.

A Net Serviços de Comunicação, maior operadora de TV paga do país, informou lucro líquido de R$ 24,6 milhões no terceiro trimestre do ano, revertendo o prejuízo líquido apresentado em igual período de 2005, de R$ 20,6 milhões. As ações preferenciais da empresa recuaram 0,23%, a R$ 21,65.

O comportamento indefinido dos pregões em Wall Street acabou tendo pouco efeito sobre os negócios domésticos. Na expectativa pela decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) sobre o juro americano, hoje, os investidores contrabalançaram notícias corporativas, como a perspectiva abaixo do esperado para os ganhos da Texas Instruments (TI) no quatro trimestre e o resultado melhor da DuPont.