Título: Parlamento turco aprova ações militares na Síria
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Fonte: Valor Econômico, 05/10/2012, Internacional, p. A20

A Turquia intensificou ontem os ataques retaliatórios contra a Síria, bombardeando uma cidade na fronteira e matando 14 soldados. Ao mesmo tempo, o Parlamento turco aprovou novas ações militares caso a guerra civil na Síria volte a ultrapassar os limites do país e atinja a população turca.

Em Nova York, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) condenou o ataque de quarta-feira contra a cidade turca de Akcakale e exigiu que "tais violações da lei internacional parem imediatamente e não sejam repetidas".

Após um debate de três horas e meia, o Parlamento turco aprovou por 320 a 129 um mandato com prazo de um ano autorizando o governo a ordenar operações militares fora do território do país.

O primeiro-ministro Tayyip Erdogan disse que o principal objetivo do mandato concedido pelo Parlamento é servir como fator dissuasório de novas agressões. "A Turquia deseja somente paz e segurança na nossa região. Jamais poderíamos ter interesse em algo como iniciar uma guerra. As consequências da guerra estão claramente visíveis no Iraque e no Afeganistão", disse Erdogan em entrevista coletiva em Ancara.

Segundo o premiê, o bombardeio a Akcakale foi o oitavo incidente do tipo provocado pela Síria, mas anteriormente os prejuízos tinham sido apenas materiais.

Procurando diminuir a tensão entre os dois países, o regime do ditador sírio, Bashar al Assad, pediu desculpas na ONU pelo bombardeio que causou a morte de cinco mulheres e crianças e disse que o episódio não se repetirá.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que o país está "extremamente preocupado" pela escalada militar e quer que Assad declare publicamente seu compromisso de impedir choques na fronteira turca.