Título: Em votação histórica, Paes reelege-se com 64,6%
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Fonte: Valor Econômico, 08/10/2012, Política, p. A22

O prefeito Eduardo Paes obteve ontem uma vitória histórica ao se reeleger no Rio de Janeiro. Paes ganhou a corrida eleitoral com 64,6% dos votos válidos, feito nunca alcançado por nenhum dos quatro prefeitos eleitos pelo voto popular desde 1985. O prefeito também alcançou o maior número de votos do país, mais de 2 milhões.

O resultado mostra uma enorme aprovação de Paes pela população carioca. Uma aprovação calcada nos investimentos em infraestrutura urbana necessários à realização da Olimpíada. As obras estão sendo tocadas não só na Zona Sul, onde vive a população mais rica, mas em áreas pobres, como Madureira e Pavuna na Zona Norte e Santa Cruz, na Zona Oeste.

As mudanças são feitas graças ao largo apoio que Paes tem na Câmara dos Vereadores. Montado pelo presidente do PMDB no Rio, o ex-deputado Jorge Picciani, o apoio reúne 19 partidos numa única coligação.

Além disso, o prefeito também está sendo beneficiado com recursos que vêm das parcerias com os governos federal e estadual. Paes reconheceu isso no seu discurso de agradecimento. "Quero agradecer a dois políticos inspiradores. Ao presidente Lula que acreditou na nossa candidatura e nos apoiou desde 2008 e quero transmitir à presidenta Dilma Rousseff que nesses dois anos de convívio, nessa parceria, realiza muito e faz muito pelo Rio", disse Paes. "Também quero agradecer ao sujeito que introduziu no Rio um novo jeito de governo. Que ao longo de quatro anos mudou a história desta cidade e do Estado. Que trouxe a paz de volta, a confiança no futuro, que é o governador Sérgio Cabral."

O próprio governador reconhece que a união beneficia a cidade. "Há quatro anos, Paes foi apresentado como candidato do governo e venceu uma eleição muito difícil. Quatro anos depois e com a conquista da união entre o governo federal e os governos do Estado e do município sua eficiência foi comprovada", disse o governador ao votar pela manhã em Copacabana.

Com o compromisso de realizar a Olimpíada de 2016, Paes deve agora intensificar as obras na cidade, já que ainda falta a maior parte dos equipamentos a serem construídos como o Parque Olímpico e os três BRTs.

A vitória também cacifa Paes a ser o candidato ao governo do Estado em 2014. Paes afirma, porém, que não deixará o cargo porque quer ser o prefeito da Olimpíada. "Meu partido tem um candidato que é o vice-governador Pezão", afirmou. "Vou entregar a bandeira [olímpica] no Maracanã quando a gente for passar a Olimpíada para outra cidade." O Rio não tem na sua história um caso do prefeito eleito que deixou a Prefeitura para concorrer a outro cargo.

Na Baixada, o prefeito Nestor Vidal (PMDB) foi reeleito em Magé, com 72,4% dos votos válidos. Vidal assumiu a prefeitura em julho de 2011 depois que eleições extraordinárias foram convocadas por conta da cassação da prefeita Núbia Cozzolino (PMDB) por abuso de poder político, econômico e utilização indevida de meios de comunicação.

Já em Duque de Caxias, os candidatos do PSB, Alexandre Cardoso, e do PMDB, Washington Reis, que já foi prefeito, disputarão o segundo turno. Alexandre Cardoso teve 34,3% dos votos válidos e Washington Reis, 33,3%.

Em Campos, importante cidade do Norte Fluminense, a prefeita Rosinha Garotinho (PR) se reelegeu no primeiro turno com 69,96% dos votos válidos. A reeleição de Rosinha reforça a posição do casal Garotinho - dela e do marido, o deputado federal Anthony Garotinho (PR) - na oposição a Sérgio Cabral, para as eleições em 2014.

Em Nova Iguaçu, a tendência é que ocorra um segundo turno entre o ex-prefeito Nelson Bornier (PMDB) e a atual prefeita Sheila (PDT). Com 79,11% dos votos apurados, Bornier tinha 40,46% e Sheila, 20%.