Título: Ibovespa mantém os 59 mil pontos após opções
Autor: Takar , Téo
Fonte: Valor Econômico, 16/10/2012, Finanças, p. C2

A Bovespa destravou após o vencimento de opções sobre ações e fechou em alta ontem, acompanhando o otimismo dos mercados internacionais e consolidando o patamar de 59 mil pontos. Lá fora, as bolsas reagiram a indicadores positivos na China e nos Estados Unidos, e também à safra de balanços de bancos americanos no terceiro trimestre, que vieram melhor que o esperado. O Ibovespa subiu 0,74%, aos 59.601 pontos, com volume de R$ 10,008 bilhões. O giro elevado inclui o exercício de opções sobre ações, que somou R$ 3,25 bilhões.

Apesar do início de semana positivo, operadores avisam que a agitação começa mesmo na quarta-feira, com o vencimento de opções sobre o índice e a divulgação do PIB da China à noite, o que terá efeito sobre o mercado brasileiro na quinta-feira. Nesta terça-feira, atenção aos índices de inflação na Europa e EUA e à produção industrial americana.

Entre as ações mais negociadas ontem, Vale PNA fechou quase estável (0,02%), a R$ 36,21, refletindo o recuo no preço do minério de ferro na China, que passou de US$ 116 para US$ 114,75 por tonelada. Petrobras PN ganhou 1,33%, a R$ 22,80. O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse durante evento em Tóquio que a empresa espera recuperar seu patamar de produção de 2 milhões de barris de petróleo por dia até o fim do ano, depois de uma queda nos dois últimos meses. "A manutenção de duas plataformas levou à queda na produção", afirmou.

A lista de maiores altas trouxe Usiminas ON (6,38%), Usiminas PNA (5,43%) e Marfrig ON (5,10%). Segundo operadores, Usiminas passou por correção após a forte queda da semana passada, quando o mercado soube que membros da administração venderam mais de US$ 1,3 milhão em ações da siderúrgica em setembro.

Na outra ponta ficaram Ultrapar ON (-7,17%), Cosan ON (-4,50%) e Transmissão Paulista PN (-4,31%). Cosan e Ultrapar caíram por causa de uma nota do colunista Guilherme Barros, no site da revista "IstoÉ Dinheiro". Segundo ele, o governo tem a intenção de fazer com a BR o "mesmo que fez com os bancos públicos para forçar a queda de juros". A distribuidora daria desconto na venda de gasolina aos postos de sua rede para forçar Ipiranga (da Ultrapar) e Raízen (controlada pela Cosan e Shell) a fazer o mesmo.

Já Transmissão Paulista refletiu sua decisão de aderir às novas regras de renovação das concessões para os ativos cuja concessão vence entre 2015 e 2017. A adesão reduz o valor econômico das ações da Cteep para R$ 26,00, afirmou o Barclays em relatório. O Citi atribuiu preço-alvo de R$ 20,50 para a companhia. Ontem, o papel encerrou valendo R$ 31,30.

O prazo para as elétricas se manifestarem terminou na tarde de ontem. Cemig PN (1,47%) e Copel PNB (0,78%) fecharam em alta, antes de divulgarem seus posicionamentos. A Copel disse que só vai prosseguir com o processo de renovação das concessões se "os termos contratuais e as regras futuras forem amplamente divulgadas e previamente discutidas". Já a Cemig surpreendeu ao não renovar as concessões das hidrelétricas de São Simão, Jaguara e Miranda.

Fora do Ibovespa, o destaque foi HRT ON (19,28%), que firmou protocolo de intenções com a Petrobras e a TNK-Brasil para tornar viável economicamente a exploração de gás na Bacia do Solimões, no Amazonas.