Título: Reforma política vai ao Congresso como 'sugestão'
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 23/02/2007, Política, p. A13

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, mudou a estratégia para o envio ao Congresso de um documento com sugestões a respeito da reforma política. A informação de que o movimento seria mal recebido pelos partidos, principais interessados nas alterações no atual sistema eleitoral e partidário, reduziu a pressa do ministro. Serão realizadas pelo menos duas reuniões com as lideranças da Câmara e do Senado antes de o documento ser entregue.

O documento a ser levado ao Congresso será uma compilação de propostas formuladas pelo Ministério da Justiça, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Não será entregue na forma de projetos de lei. Serão apenas "sugestões".

Ao saber da idéia do governo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), telefonou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pediu que fosse adiado o envio da proposta ao Congresso porque a o tema está sob responsabilidade dos partidos e poderia ser criado um mal-estar. Tarso, então, mudou de estratégia. Na terça-feira, terá uma reunião com a OAB e a AMB para redigir um documento final.

Em seguida, apresentará o texto no próximo encontro do conselho da coalizão. Depois, fará o mesmo com os líderes da oposição no Congresso. "Após essas conversas, vamos levar o documento aos presidentes da Câmara e do Senado", disse Tarso, ontem. As prioridades, para o governo, são a aprovação da fidelidade partidária, do financiamento público de campanha e do sistema de votação em lista. (TVJ)