Título: Mercado acionário se recupera na China, mas recua no mundo todo
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Fonte: Valor Econômico, 01/03/2007, Finanças, p. C2

As ações chinesas subiram ontem, reduzindo algumas das perdas registradas na terça-feira, depois de reportagens publicadas pelos órgãos de impressa oficiais do país terem dito que o governo chinês não vai taxar ganhos de capital com ações e autorizará os investidores estrangeiros a comprarem mais títulos chineses.

A China United Telecommunications Corp. e a China Yantze Power Co., proprietária do maior projeto hidrelétrico do mundo, puxaram a recuperação. Anteontem, as ações tiveram sua maior queda de uma década, deprimidas por preocupações de que a repressão do governo aos investimentos realizados com dinheiro tomado de empréstimo poria fim à alta que puxou os índices das bolsas para níveis recorde.

O Índice 300 de Xangai e Shenzhen, que monitora ações classe A denominadas em iuan negociadas nas duas bolsas chinesas, teve valorização de 3,5%. O Índice Composto de Xangai subiu 3,9%.

A queda de 9,2% registrada na terça-feira subtraiu US$ 107,8 bilhões de um mercado de ações que dobrou de valor no último período de 12 meses e afetou os mercados acionários do mundo todo.

As ações americanas encerraram em alta, após o chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, dizer que a economia do país irá crescer moderadamente, acalmando os investidores.

O Dow Jones subiu 0,43%, para 12.268,63 pontos, enquanto o Standard & Poor's 500 Index avançou 0,56%, para 1.406,82 pontos e o Nasdaq Composite Index ganhou 0,34%, para 2.416,13 pontos.

No mês, o Dow Jones acumulou queda de 2,8% e o Nasdaq caiu 1,9%. O Standard & Poor ? s teve queda de 2,2% em fevereiro, pior mês para o índice em nove meses.

As bolsas da Europa caíram pelo segundo dia, com a continuação do movimento de vendas no mercado global. As principais companhias petrolíferas e mineradoras estiveram entre as maiores baixas no continente europeu, após a queda nos preços do cobre e do petróleo com a preocupação no mercado de commodities com uma desaceleração econômica e uma redução da demanda da China.

O índice FTSEurofirst 300 caiu 1,36%, para 1.485 pontos, nível mais baixo desde 10 de janeiro.

Em Londres, o índice Financial Times fechou em baixa de 1,82%, a 6.171 pontos. O DAX, de Frankfurt, caiu 1,53% (6.715 pontos). O CAC-40, de Paris, recuou 1,29% (5.516 pontos). Em Milão, o Mibtel encerrou em baixa de 0,94% (31.868 pontos). A bolsa de Madri caiu 1,11% e a de Lisboa, 1,04%.

Encorajados por relatórios de bancos que recomendavam a compra de ativos "baratos", os investidores compraram ações e impulsionaram os principais índices de ações da América Latina.

O IPC mexicano subiu 0,83% e o Merval, da Argentina, teve alta de 0,72%. O índice chileno IPSA liderou a recuperação, com alta de 3%, na expectativa de que as companhias chilenas continuarão a reportar fortes lucros em 2006. A recuperação foi insuficiente para compensar perdas do dia anterior, quando o mercado recuou 5,8% no México e 7,5% na Argentina.