Título: Lula e ministros comemoram resultado
Autor: Ribeiro, Alex
Fonte: Valor Econômico, 22/03/2007, Brasil, p. A4

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou satisfeito com o novo resultado do PIB, revisado ontem pelo IBGE. De acordo com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que se reuniu com Lula no Palácio da Alvorada, o presidente cobrou dos auxiliares "trabalho para que os números futuros possam ser ainda melhores". Bernardo não acredita que a revisão estatística vá mudar o discurso oficial, mas não escondeu o entusiasmo. "Os indicadores que foram divulgados são muito positivos. Houve um crescimento da economia maior do que havia sido divulgado anteriormente nos quatro anos do governo Lula. E temos indicadores mais positivos sobre o que aconteceu com a carga tributária e com a dívida nesse período."

Bernardo lembrou que no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado pelo governo em janeiro, a estimativa de crescimento do PIB é de 4,5% para este ano e de 5% para os anos seguintes. "Queremos fazer isso de maneira a tornar o crescimento sustentado. Ou seja, que os índices sejam melhores nos próximos anos", afirmou Bernardo.

Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, os novos números do IBGE resolvem uma contradição que, segundo ele, parecia existir nas estatísticas econômicas: a de que o crescimento do PIB não acompanhava o mesmo ritmo dos indicadores de consumo e de emprego. "Estou muito satisfeito com o resultado do IBGE", afirmou Mantega. "(Ele) demonstra que o Brasil já entrou na rota do crescimento sustentado."

Também o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, celebrou os números divulgados ontem. "Os dados confirmam que o Brasil tem ampliado sua capacidade de crescer a partir da estabilização da economia e da manutenção da inflação baixa", disse o presidente do BC, lembrando o cumprimento das metas de inflação - em 2006, o IPCA ficou em 3,14%, para uma meta de 4,5%. "A elevação de 11% no tamanho da economia brasileira reduz a relação entre dívida pública e PIB, reforçando ainda mais o quadro de melhora dos indicadores de solvência do país registrados nos últimos, com a redução da volatilidade macroeconômica", concluiu Meirelles.

No Congresso, a oposição criticou a revisão feita pelo IBGE. O senador César Borges (PFL-BA) estranhou a nova metodologia e viu uma diferença entre as taxas revisadas de crescimento e os investimentos realizados nos últimos anos. "O governo não investe, mas muda a metodologia para mostrar um crescimento que não existiu", afirmou Borges. (Com agências noticiosas)