Título: Em Rio Branco, petista é eleito com votação apertada e descarta candidatura ao governo
Autor: Pupo , Fábio
Fonte: Valor Econômico, 29/10/2012, Política, p. A24

Rio Branco, no Acre, teve a segunda disputa mais acirrada entre os candidatos a prefeito de capitais neste segundo turno. Com uma diferença de 2.739 votos, Marcus Alexandre (PT) venceu Tião Bocalom (PSDB) e dará continuidade à gestão do seu antecessor - também do PT.

Ao Valor, o prefeito eleito disse que não tem interesse em se lançar como candidato ao governo do Estado em 2014. "Não tem nenhuma possibilidade disso. Meu objetivo é cuidar de Rio Branco e retribuir a confiança que os eleitores depositaram trabalhando os quatro anos", disse.

Ele acredita que o fato de a vitória ter sido apertada não tem ligação com o julgamento do mensalão. "Essa foi uma discussão feita em Brasília e que não envolveu nenhum parlamentar do Acre ou de Rio Branco. Quando o assunto surgiu durante a campanha, respondemos", disse.

Ele diz que, após montar sua equipe de governo, terá como prioridade temas como a infraestrutura e a saúde. "Temos a infraestrutura como prioridade, por causa das ruas da nossa cidade que não têm pavimentação. Também vamos abrir creches para crianças de até 3 anos e melhorar o sistema de saúde", afirma.

O futuro prefeito integra o grupo liderado pelos irmãos petistas Jorge Viana, senador, e Tião Viana, governador. A dupla está no comando do Estado pelo quarto mandato consecutivo e conquistou o terceiro seguido na prefeitura da capital.

Atualmente, quem está no cargo é Raimundo Angelim (PT), que está no fim de seu segundo mandato consecutivo (foi reeleito em 2008 para o período de janeiro de 2009 a dezembro de 2012).

A hegemonia do partido, no entanto, estava sendo colocada em dúvida no Estado. Tião Viana quase perdeu a eleição para governador em 2010 e Rio Branco foi a capital que deu a pior votação proporcional à então candidata Dilma Rousseff, nos dois turnos em que ela disputou.

Apesar das incertezas, Alexandre encerrou o primeiro turno na liderança, com 48,3% dos votos válidos, quase encerrando a disputa no início do mês.

Desta vez, a disputa foi mais acirrada e os dois - petista e tucano - ficaram distanciados por poucos votos em toda a apuração, que durou cerca de duas horas.

Rio Branco foi a penúltima capital a encerrar a votação, antes apenas de Salvador. A capital do Acre encerrou a votação às 19h de Brasília. O fuso horário de Rio Branco tem uma hora de diferença em relação a Brasília e, além disso, a capital acreana não tem horário de verão. Os dois fatores acarretam duas horas de diferença em relação ao horário oficial brasileiro.

Rio Branco é a única cidade do Estado com eleitores suficientes para ter segundo turno.