Título: Equipe de Obama mostra confiança
Autor: McGregor, Richard ; Fifiel, Anna
Fonte: Valor Econômico, 05/11/2012, Internacional, p. A12

Com o último e frenético dia da campanha, antes das eleições presidenciais dos EUA amanhã, Barack Obama tem uma vantagem pequena, mas suficiente para vencer, em Estados disputados, com seus assessores expressando confiança de que o presidente será reeleito.

A campanha de Mitt Romney, no entanto, ainda lutava ontem, insistindo que o desafiante republicano encaminha-se a uma vitória "decisiva", com eleitores em Estados fundamentais inclinando-se para seu lado.

Os dois candidatos estão de fato estatisticamente empatados nas pesquisas nacionais, embora as pesquisas estaduais mostrem que Obama mantém sua ligeira vantagem em Estados nos quais ele precisa vencer, como Ohio, Wisconsin e Iowa, onde aparecerá em comícios hoje. Romney foi às pressas à Pensilvânia ontem, tentando virar o jogo no que se pensava ser um Estado solidamente democrata e compensar uma possível derrota em Ohio.

Tanto Obama como Romney vêm atraindo nesses últimos comícios seus maiores públicos nesta campanha eleitoral, que cada vez mais se trata não de debates sobre políticas, mas de qual candidato tem a capacidade de levar seus eleitores às urnas (já que o voto nos EUA não é obrigatório).

Obama foi a quatro Estados ontem e Romney, a cinco, sendo que ambos vão manter o ritmo frenético hoje. Romney vai passar pela Flórida, Virgínia, Ohio e New Hampshire, antes de voltar para casa, em Boston para as eleições. "Acredito que o governador Romney não apenas vai ganhar na terça-feira, acredito que ele pode ganhar de forma decisiva", disse Ed Gillespie, assessor sênior da campanha de Romney, à TV ABC.

David Plouffe, assessor sênior de Obama, disse estar confiante de que o presidente vai ser reeleito. "Temos o apoio para ganhar esta eleição. Temos de certificar-nos de que isso se materialize em votos e esse é o desafio para nós, certificar-nos de que estamos levando todos os simpatizantes para as urnas."

Há sinais de nervosismo entre os republicanos, com altos nomes do partido, como Karl Rove, ex-assessor sênior de George W. Bush, e Haley Barbour, sugerindo que o furacão Sandy pode ter atrapalhado Romney. "O furacão foi o que quebrou o ímpeto de Romney. Não acho que haja dúvidas quanto a isso", afirmou Barbour, ex-governador do Mississippi, à rede de TV CNN.

Os democratas rejeitam essa teoria, dizendo que Obama mantém a mesma vantagem que tinha antes da tempestade. Culpar o furacão é uma tentativa de desculpar-se por uma derrota que se aproxima, afirmam.

Ontem, as pesquisas não trouxeram muita novidade. Os dois estavam empatados com 48 pontos, segundo pesquisa nacional da ABC/Washington Post, embora a popularidade pessoal de Romney tenha sido a maior desde o início da campanha.