Título: Grupo Rima fecha venda de créditos de carbono
Autor: Moreira, ?Ivana
Fonte: Valor Econômico, 27/03/2007, Empresas, p. B7

O grupo Rima, único fabricante de magnésio primário na América do Sul, obteve a aprovação da Organização das Nações Unidas (ONU) para comercialização de créditos de carbono, nos termos do Protocolo de Kyoto. A empresa venderá a uma mineradora multinacional os créditos, equivalentes a 29 mil toneladas de dióxido de carbono/ano, que deixarão de ser emitidos na unidade de Bocaiúva.

Em 2004, a Rima substituiu a utilização de óleo combustível por carvão vegetal em um dos seus fornos. Com a mudança no processo de produção, que custou US$ 650 mil, a empresa deixou de consumir 27 toneladas por dia de óleo. A redução da emissão de dióxido corresponde ao plantio de 250 mil árvores por ano, durante seis anos.

A empresa informou que estuda outras substituições possíveis na unidade, que deverão resultar em novos créditos . "Não é um grande negócio em termos financeiros, é apenas um negócio que equilibra as contas, paga o investimento para a substituição", diz o presidente Ricardo Vicintin. "O ganho é ambiental e indireto."

Segundo o executivo, o processo para reconhecimento pela ONU foi complexo e demorado. É preciso provar que não houve ganho financeiro, como redução de custos, na substituição das fontes poluidoras por alternativas limpas para atender os critérios.

Na unidade de Bocaíuva, a Rima produz 15 mil toneladas anuais de magnésio metálico para indústrias automotivas e aciarias, entre outras. Depois de comprar uma fundição da Volkswagen, em 2000, passou a produzir peças em vez de apenas fornecer os lingotes de magnésio para a montadora.

A indústria tem ainda duas outras unidades de produção no interior de Minas Gerais. Em Várzea da Palma produz ferro-ligas e em Capitão Enéas, silício metálico.

A Rima possui reservas próprias de quartzo de alta pureza, com mais de 5 milhões de toneladas, e também de dolomita que abastecem a produção das ligas à base de silício e de magnésio. A empresa tem ainda unidade florestal, no norte de Minas, com uma área plantada de 40 mil hectares.

O grupo, familiar e com capital fechado, faturou US$ 200 milhões no ano passado. As exportações foram responsáveis por 50% da receita. Fundada em 1987, a empresa emprega 4,5 mil funcionários.