Título: Disputa foi a mais barata desde a adoção da urna eletrônica
Autor: Basile , Juliano
Fonte: Valor Econômico, 07/11/2012, Política, p. A10

As eleições municipais deste ano foram as mais baratas desde a implantação do sistema eletrônico de votação em 1996. Ao todo, a Justiça Eleitoral gastou exatos R$ 395.270.694,00, cifra que equivale a R$ 2,81 por eleitor.

Na eleição municipal de 2008, o custo total foi de R$ 437 milhões e o voto por eleitor ficou em R$ 3,75. Já na última eleição presidencial, em 2010, o custo foi ainda maior, chegando a R$ 490 milhões ou R$ 3,86 por eleitor.

Neste ano, houve, portanto, uma clara inversão na curva de despesas com as eleições que vinham aumentando. Foi a primeira vez que o custo ficou abaixo do patamar de R$ 400 milhões. Nas eleições municipais de 2004, por exemplo, o gasto foi ainda maior do que nas disputas mais recentes: R$ 491 milhões. Em 2002, a Justiça Eleitoral gastou R$ 495 milhões. Já em 2000, foi de R$ 436 milhões.

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, avaliou que o planejamento e o aperfeiçoamento constante do processo de votação contribuíram com a redução dos custos. Segundo ela, houve queda nos gastos com o envio de força federal a municípios brasileiros, pois os Tribunais Regionais Eleitorais formaram comitês que discutiram e planejaram a segurança das eleições com remanejamento do efetivo das próprias polícias dos Estados. As Forças Armadas foram necessárias em 401 cidades no primeiro turno e em duas no segundo. A Justiça Eleitoral gastou R$ 24,2 milhões com as Forças, o que representa uma economia de 42% em relação às eleições 2008 e de 38% em comparação com o pleito de 2010.

"Quanto maior o planejamento, menor é o custo", atestou Cármen Lúcia.

O TSE tem pouco mais de 2 mil processos sobre as eleições municipais deste ano para julgar. Ao todo, a Corte recebeu 7.703 processos e já julgou 5.433. Desses, 900 foram decididos pelo plenário da Corte, composto por sete ministros.

Cármen Lúcia espera que todos os processos sejam julgados até 19 de dezembro, data limite para que os juízes eleitorais dos Estados diplomem os eleitos. Segundo ela, o TSE já decidiu a maioria dos casos que poderia influenciar diretamente no resultado das eleições, restando apenas processos de candidatos que não obtiveram votação expressiva - ou seja, que não são decisivos para o resultado.