Título: Fabricante vende 14% a mais no Brasil e recupera mercado
Autor: Vieira, André
Fonte: Valor Econômico, 19/01/2007, Empresas & Tecnologia, p. B1

A suíça Novartis, primeira farmacêutica a divulgar a receita obtida em 2006 no Brasil, disse que obteve crescimento de 14% em suas vendas líquidas, que somaram R$ 1,56 bilhão. As vendas líquidas de medicamentos da empresa, que também atua no segmento de genéricos e produtos para consumo, respondeu pela maior fatia: R$ 1,48 bilhão, o que significou alta de 16%.

Em suas operações globais, a Novartis apresentou receita líquida de US$ 37 bilhões em 2006, o que representou alta de 15%. O lucro líquido da companhia aumentou 17%, para US$ 7,2 bilhões. No quarto trimestre, o lucro subiu 23%, atingindo US$ 1,6 bilhão. "A expectativa para 2007 é de outro ano com crescimento de dois dígitos", disse o presidente mundial da Novartis, Daniel Vasella. O executivo, apontado como uma das principais lideranças da indústria farmacêutica mundial, cobrou do Brasil uma política mais consistente de proteção de patentes para atrair investimentos no país.

Pelo segundo ano consecutivo, a Novartis ficou na liderança entre os laboratórios estrangeiros com atuação no Brasil no mercado privado de medicamentos éticos, como são chamados os remédios com venda sob prescrição médica. A fatia de mercado da empresa voltou a aumentar, para 6,15%, depois de quatro anos consecutivos de perda de participação.

Apesar da introdução da marca Sandoz no Brasil, a empresa não viu suas vendas de genéricos crescerem em 2006. Mesmo assim, espera para 2007 pular uma posição no ranking dos maiores fabricantes desse tipo de medicamento, tirando o lugar da brasileira Aché, que vem perdendo mercado desde que ingressou neste segmento ao comprar a Biosintética. "Esse segmento mudará muito. Há uma guerra de preços muito forte. Hoje, competimos ainda com os medicamentos similares", disse o diretor de assuntos corporativo da Novartis no Brasil, Nelson Mussolini.

Os novos produtos contribuíram para o resultado alcançado em 2006. O Glivec, usado no tratamento de um tipo raro de leucemia, foi o mais vendido pela companhia em 2006, representando R$ 204 milhões, um crescimento de 28%. As vendas são dirigidas a pacientes custeados pelo governo. O segundo mais vendido é Diovan, uma droga contra hipertensão, que consegui 32% a mais, somando R$ 105 milhões. Apesar da queda de 11%, os medicamentos antiinflamatórios, como Voltaren e Cataflam, aparecem em terceiro, com R$ 99 milhões em vendas.

Os medicamentos sem proteção de patente, que representavam 33% das vendas da companhia em 2005, tiveram queda em sua participação na receita para 26% no ano passado. A tendência é que a empresa continue melhorando suas margens com a entrada de novos medicamentos. Para este ano, a Novartis prevê o lançamento no Brasil de cinco produtos e outros três para 2008. (AV)

O jornalista viajou a convite da Novartis