Título: Setor espera expansão de 7% este ano com o PAC
Autor: Watanabe, Marta e Salgado, Raquel
Fonte: Valor Econômico, 20/03/2007, Especial, p. A16

A expectativa da construção civil é intensificar o ritmo de crescimento nos próximos anos. Depois de um crescimento nacional de 4,5% em 2006, o que permitiu à cadeia da construção civil retomar o nível de 13% do Produto Interno Bruto (PIB), o setor espera crescer 7% em 2007 e 11% em 2008.

Boa parte das expectativas baseia-se nas recentes medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) anunciado pelo governo federal. O pacote inclui a liberação de R$ 4,5 bilhões de financiamento às construtoras, novas linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e a desoneração ou incentivos de vários tributos para obras de infra-estrutura, como portos, estradas e hidrelétricas.

Por causa do PAC, a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) revisou sua expectativa de crescimento das vendas no ano de 6% para 10%, conta Cláudio Elias Conz, presidente da entidade.

As previsões do PAC, porém, não são medidas isoladas do governo Lula para incentivar a construção civil. O crescimento que o setor vem apresentando desde 2004 é creditado pela própria indústria a um conjunto de medidas de incentivo ligadas a uma concorrência maior entre os agentes financiadores, que baixaram juros e reduziram prazos dos empréstimos ao setor, diz o presidente do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon), João Cláudio Robusti.

O consultor Rogério Farinelli, do escritório Machado Associados, explica que o patrimônio de afetação deu grande impulso ao setor porque permitiu significativa redução de carga tributária. Na prática, esse mecanismo deu maior segurança ao comprador do imóvel, que ficou com uma garantia maior, além de ter permitido às construtoras o pagamento de tributos federais sobre uma base de cálculo de 8% do faturamento na venda das unidades. "Isso beneficiou todas as empresas cuja margem de lucro supera 8% do faturamento." (MW e RS)