Título: Crédito imobiliário cresce 67% no ano
Autor: Travaglini, Fernando
Fonte: Valor Econômico, 20/03/2007, Finanças, p. C4

As novas operações de crédito imobiliário atingiram R$ 889 milhões no mês de fevereiro, registrando avanço de 85,8% em relação ao mesmo mês do ano passado e de 26,2% sobre o montante de janeiro de 2007. Com isso, o total de novos negócios atingiu R$ 1,6 bilhão nos dois primeiros meses do ano, com elevação de 67% em relação ao primeiro bimestre de 2006.

Nos últimos 12 meses, o montante total chegou ao valor recorde de R$ 10 bilhões emprestados pelas instituições, com mais de 120 mil unidades financiadas. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) em relação às operações contratadas com recursos das cadernetas de poupança.

"O volume médio mensal se mantém praticamente o mesmo desde abril do ano passado, próximo de R$ 900 milhões, e este patamar deve se manter ao longo de todo o ano", estima o superintendente técnico da Abecip, José Pereira Gonçalves.

Segundo ele, essa tendência de crescimento nominal pode levar a um aumento percentual inferior ao observado em 2006, quando o volume de operações subiu 92,5%, passando de R$ 4,8 bilhões, em 2005, para R$ 9,3 bilhões em novos negócios no ano passado. Para ele, a base maior será a responsável pelo avanço percentual menor. "Devemos fechar o ano com algo entre R$ 11 bilhões e R$ 12 bilhões de empréstimos, com crescimento em torno de 25%", avalia Gonçalves.

Sobre o avanço do crédito imobiliário desde 2004, o superintendente lembra dos avanços legais do período, como a criação do patrimônio de afetação (separação contábil entre a construtora e o empreendimento), além da estabilidade econômica. "As pessoas estão tomando créditos com prazos mais longos e os bancos têm oferecido condições melhores, como a redução do valor a ser dado de entrada", avalia.

No mês de fevereiro, a captação líquida (depósitos menos retiradas) das cadernetas de poupança atingiu R$ 884 milhões. Levando-se em conta as perdas líquidas de janeiro, o primeiro bimestre registra saldo líquido positivo de R$ 281 milhões. No mesmo período do ano passado, as retiradas superaram os depósitos em mais de R$ 1,6 bilhão.