Título: Dívida pública interna aumenta 3% em fevereiro e chega a R$ 1,12 trilhão
Autor: Galvão, Arnaldo
Fonte: Valor Econômico, 29/03/2007, Finanças, p. C2

O estoque da dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi), em fevereiro, aumentou 3%, passando a R$ 1,12 trilhão. A apropriação de juros, no mês passado, foi de R$ 10,34 bilhões. Na sua composição, houve queda da parcela ligada a Selic, que baixou de 38,9% para 38,4%. A parte prefixada subiu de 34,5% para 35,4% e os papéis ligados a índice de preços tiveram sua participação diminuída de 23,1% para 22,6%.

Os títulos da DPMFi que vencem em até 12 meses tiveram seu espaço ligeiramente reduzido, de 35,67% para 35,55%. E o prazo médio da dívida interna em títulos, em fevereiro, reduziu-se de 31,88 meses para 31,64 meses. O custo médio dessa dívida, no mês passado, caiu de 14,21% ao ano para 13,99%.

O prazo médio das emissões da DPMFi, em fevereiro, foi de 33,7 meses. Nesse volume, os prefixados ficaram com média de 22,83 meses. Os papéis ligados a índice de preços tiveram marca de 97,57 meses e os títulos vinculados à Selic registraram prazo médio de emissão de 33,9 meses.

Na análise do coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Ronnie Tavares, fevereiro foi um mês bastante favorável do ponto de vista dos indicadores financeiros. Até 27 de fevereiro, influenciaram positivamente as reduções do risco país, dos juros internos, do câmbio e dos juros reais.

Mas no penúltimo dia do mês veio a volatilidade provocada pela forte queda da Bolsa de Xangai, afetando os ativos dos países emergentes. Apesar dessa turbulência, Ronnie Tavares disse que a estratégia do Tesouro não mudou porque todos os leilões programados já tinham sido realizados.

De acordo com Tavares, fevereiro foi marcado pelo baixo vencimento de papéis da DPMFi, o que levou a uma forte emissão líquida: R$ 21,81 bilhões. As emissões da dívida interna no mês passado somaram R$ 40,69 bilhões, sendo que R$ 24,8 bilhões (60,9%) foram em prefixados, R$ 9,8 bilhões (24,1%) em papéis ligados à Selic, R$ 4,2 bilhões (10,4%) em títulos vinculados a índice de preços e R$ 1,9 bilhão (4,6%) indexados à TR.

Na análise do custo médio da DPMFi acumulado nos últimos 12 meses, Tavares comentou que houve influência da maior redução dos títulos emitidos em relação à diminuição da Selic no final de janeiro. A taxa Selic acumulada em 12 meses foi de 14,37% ao ano e o custo médio da DPMFi, no mesmo período, foi de 14,53% ao ano.

O Tesouro Direto teve, em fevereiro, emissões de R$ 40,73 milhões e resgates de R$ 14,97 milhões. O título mais procurado pelos investidores foi a LTN, o que representou 33,9% do total vendido. Em seguida, os papéis mais demandados foram a NTN-B (18,6%) e a NTN-B Principal (sem cupom de juros), com 16,2%. Fevereiro contabilizou 1.995 novos investidores no programa, o que elevou o total para 78.274. Nos últimos 12 meses, o aumento foi de 46,1%.

No mercado secundário de títulos, fevereiro teve média de R$ 12,3 bilhões, com aproximadamente 1,4 mil operações definitivas por dia. A LTN, com vencimento em janeiro de 2009, foi o título mais negociado, com volume financeiro médio diário de R$ 1,32 bilhão.