Título: Chinaglia recoloca aumento em pauta
Autor: Rittner, Daniel
Fonte: Valor Econômico, 21/03/2007, Política, p. A9

Uma semana depois de dizer categoricamente que não colocaria o tema de aumento do salário dos deputados em votação nas próximas semanas, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), pediu ontem ao líderes partidários que consultem suas bancadas sobre o tema.

Em reunião com representantes de todas as legendas, o petista demonstrou intenção de colocar não só o reajuste dos rendimentos como também o aumento das verbas de gabinete e das verbas indenizatórias em votação no plenário.

Depois de ouvir a resposta dos líderes, Chinaglia levará ao plenário uma proposta de consenso. O presidente da Câmara tente dividir com os demais parlamentares o desgaste de ser o autor de uma proposta de aumento de salários. "Coloquei para que cada líder dê a sua opinião para que se faça uma proposta de unidade entre as bancadas", disse Chinaglia.

A tendência é que os deputados optem por fazer um aumento de 28% nos salários. Argumentam que esse índice corrige as perdas inflacionárias dos últimos quatro anos. No fim do ano passado, a Câmara tentou debater o tema.

Os deputados queriam equiparar seus salários de R$ 12.847 ao teto do serviço público: R$ 24,5 mil. A pressão da opinião pública fez os líderes recuarem e o então presidente da Câmara, Aldo Rebelo, retirou o rema da pauta.

Se a correção de 28% foi aplicada à verba de gabinete, os recursos para o pagamento de salário aos deputados subirá de R$ 50,8 mil mensais para R$ 65 mil. O salário pularia de R$ 12,8 mil para pouco mais de R$ 16 mil. (TVJ)