Título: USDA eleva previsões para milho no Brasil
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Fonte: Valor Econômico, 12/03/2007, Agronegócios, p. B11

Em um relatório de oferta e demanda sem surpresas envolvendo o quadro da atual safra americana de grãos, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) incrementou sua estimativa para as exportações brasileiras de milho de 5 milhões para 6,5 milhões de toneladas neste ciclo 2006/07, em linha com a média das projeções divulgadas por analistas no Brasil até a semana passada.

Só que essa média deverá subir, uma vez que na sexta-feira o Ministério da Agricultura divulgou, em Brasília, que os embarques poderão alcançar 8 milhões de toneladas - ou US$ 1,3 bilhão, levando-se em conta US$ a tonelada vendida por US$ 160 na União Européia. O ajuste do ministério levou em conta uma produção de quase 50 milhões de toneladas ao longo deste ciclo - 35,7 milhões no verão e mais de 13 milhões na safrinha de inverno. O USDA também elevou sua estimativa para a colheita brasileira do grão, mas de 46 milhões para 48 milhões de toneladas.

Apesar de expressivos, os ajustes promovidos pelo USDA para o Brasil não mudaram a situação do mercado global, sobretudo porque os números americanos - produção de 267,6 milhões, demanda de 241,56 milhões e exportação de 57,15 milhões de toneladas - permaneceram os mesmos. Assim, na bolsa de Chicago, o relatório não teve influência decisiva e, por conta de vendas especulativas, os contratos com vencimento em março caíram 3,375 centavos de dólar, para US$ 4,0825 por bushel. Maio teve queda de 4 cents, para US$ 4,1750.

No caso da soja, o comportamento do mercado foi semelhante. O USDA não mexeu nas previsões para a safra americana, mas ajustou a produção brasileira de 56 milhões para 57 milhões de toneladas. O cenário mundial pouco mudou com isso - produção e estoques globais ainda em elevado patamar -, e em Chicago os traders desprezaram os novos números. Os contratos com vencimento em maio subiram 0,75 centavo de dólar por bushel, para US$ 7,5975, ao passo que os futuros para entrega em novembro fecharam a 7,9950, em alta de 2 cents. Para milho e soja, são níveis de preços bem acima da média histórica.