Título: Baixo preço do aço inibe vendas da Usiminas-Cosipa
Autor: Góes, Francisco e Landim, Raquel
Fonte: Valor Econômico, 01/02/2007, Brasil, p. A6

A Usiminas-Cosipa não tem previsão de exportar aço para a China em 2007. "Os baixos preços praticados na China, mais os fretes marítimos para levar o produto, de US$ 40 a US$ 50 a tonelada, corroem as margens das empresas " , afirma Renato Vallerini Júnior, diretor de exportaçãoa. Em 2005, o grupo exportou 414 mil toneladas para a China, sobretudo de laminados a frio, volume que representou 17% dos embarques do grupo naquele ano.

Em 2006, não houve vendas da Usiminas-Cosipa para a China. Atualmente, o grupo tem enviado pouco material para a Ásia. Os principais destinos são Tailândia e Índia, mesmo assim para produtos (chapas grossas e placas) de qualidade inferior, que não teriam mercados na Europa, na América do Norte e no Brasil. "A Ásia é um mercado marginal", diz Vallerini.

Para ele, as dificuldades impostas pela China ocorrem em quase toda a Ásia por ter se tornado uma grande exportadora a partir de 2005, chegando a 43 milhões de toneladas em 2006. Há melhor poder de competição com aços mais nobres, mas estes a Usiminas/Cosipa tem o compromisso de destinar a seus clientes no Brasil. A questão logística e o "custo Brasil", segundo o executivo, são problemas que afetam todos os setores exportadores do país.

O secretário de Comércio Exterior, Armando Meziat, avalia que as empresas brasileiras chegaram mais tarde na China do que os concorrentes e que com ações específicas, incluindo marketing, a participação de mercado pode crescer.

Meziat entende que o Brasil não está condenado a ser um exportador de commodities para o mercado chinês. No Ministério do Desenvolvimento articula-se uma missão para explorar negócios na China na área do etanol, segmento em que os dois países já têm um memorando de entendimento.

Carlos Kanadani, diretor-comercial da Suape Têxtil, fabricante da marca de veludo cotelê Corduroy, diz que a valorização do real e os elevados custos internos, no Brasil, estão levando a empresa a reduzir o esforço exportador para a China. Em fevereiro, a marca Corduroy não estará presente em uma feira de Hong Kong, da qual vinha participando. "Vamos manter só a participação na feira de Xangai, em outubro", diz Kanadani.

Ele diz que a China é um mercado novo para a empresa, do qual participa com embarques experimentais. A Suape Têxtil vende o veludo cotelê para confecções chinesas que o processam e reexportam para clientes nos Estados Unidos.