Título: Remédios sem controle de preços sobem mais, mostra pesquisa da FGV
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Fonte: Valor Econômico, 28/03/2007, Brasil, p. A4

Os preços dos medicamentos que não são controlados pelo governo estão subindo muito acima da inflação. Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostra que, em três anos, analgésicos e antitérmicos acumularam aumento de 47,83%. No mesmo período, a inflação foi de 27,67%. Em São Paulo, as vitaminas subiram 6,03% nos últimos 12 meses - segundo a Fipe, o dobro da inflação (2,92%).

Já os 20 mil remédios que têm os preços controlados sobem até 3% a partir de sexta-feira. "Um aumento da magnitude de 3%, como é o que nós esperamos, vai ter um impacto no Índice de Preços ao Consumidor de aproximadamente 0,06 ponto percentual, que não é um impacto desprezível", diz o economista da FGV André Braz.

O aumento pode ser compensado em algumas semanas - o governo federal concedeu isenção de PIS/Cofins a 72 princípios ativos, o que pode reduzir em até 11% o preço dos medicamentos com essas substâncias, segundo estimativa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A agência estima que 300 apresentações de medicamentos fiquem mais baratas. Um mesmo remédio pode ser apresentado, por exemplo, em comprimido ou xarope.

A isenção de impostos, divulgada na semana passada, vale para remédios de uso contínuo e de tarja vermelha ou preta. Entre os que devem ter o preço reduzido, estão medicamentos para câncer, antidiabéticos, anti-retrovirais (contra HIV), vacina contra rotavírus e HPV. O secretário executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, Luiz Milton Veloso Costa, estima que, na próxima semana, os fabricantes de medicamentos já enviem pedidos de reavaliação de preço à Anvisa.