Título: Governo deve pedir ao Congresso prorrogação até 2012 da CPMF e DRU
Autor: Izaguirre, Mônica
Fonte: Valor Econômico, 28/03/2007, Brasil, p. A5

O governo tende a propor ao Congresso um prazo adicional de cinco anos para a duração da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e do mecanismo de Desvinculação de Receitas da União (DRU). Assim, em vez de acabar em dezembro deste ano, elas durariam até o fim de 2012, segundo ano de mandato do próximo presidente da República. Segundo uma fonte governamental, em ambos os casos, a idéia é fazer a prorrogação sem qualquer mudança dos percentuais, atualmente de 0,38% para a CPMF e de 20% para a DRU. A novidade seria a criação de um mecanismo de desvinculação de receitas para os Estados, a DRE.

A proposta, que exige mudança Constitucional, já passou pelo Ministério do Planejamento e agora aguarda manifestação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para ser submetida ao presidente Lula e, uma vez aprovada, encaminhada ao Legislativo. A previsão é de que a respectiva Proposta de Emenda à Constituição (PEC) chegue à Câmara dos Deputados, por onde se iniciaria a tramitação, até o fim da próxima semana.

Em função da anterioridade mínima de 90 dias exigida pela própria Constituição Federal no caso desse tipo de tributo, para que a cobrança da CPMF não seja suspensa, a emenda da prorrogação precisa ser promulgada até início de outubro. Se a PEC for mesmo encaminhada até o início de abril, o governo terá, portanto, seis meses para conseguir a sua aprovação sem perda de receita.

A última estimativa da equipe econômica indica que a CPMF deve proporcionar uma arrecadação de R$ 36,2 bilhões em 2007. Cada mês de atraso na prorrogação do tributo representaria perda média de R$ 3 bilhões para a União. O prazo adicional pretendido pelo governo é igual ao previsto no substitutivo do deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), relator da reforma tributária na Câmara dos Deputados. Ainda assim, o governo prefere mandar uma PEC própria, para que a prorrogação da CPMF e da DRU não dependa das demais mudanças no sistema tributário - cuja discussão é mais polêmica, por envolver alterações no ICMS.