Título: Desempenho do aluno é base para medir eficácia
Autor: Torikachvili, Silvia
Fonte: Valor Econômico, 28/03/2007, Empresas, p. B6

Investir na qualidade do ensino não se resume a encher a escola de livros, doar computadores ou construir quadras. Se essas ações não contribuírem para um melhor desempenho das crianças, o investimento social da empresa terá um efeito quase nulo.

O alerta é do educador Antonio Carlos Gomes da Costa, consultor para educação da Modus Faciendi. Para ele, um bom investimento social em educação deve ter mérito (execução com qualidade, professores competentes, metodologia adequada), relevância (os números têm de melhorar na região) e impacto (transformação efetiva, de forma que a criança chegue à 8ª. série sabendo calcular, ler, escrever, interpretar texto).

Como conseguir isso? Mostrando ao investidor social que pode e deve acompanhar a avaliação, corrigir erros, mensurar o mérito e participar da sistematização do programa que, se bem-sucedido, pode ser transformado em política pública. "Programa social é como pesquisa e desenvolvimento de novos produtos", compara o professor. "Investimento social deve merecer os mesmos cuidados do investimento produtivo."

Na opinião de Ilona Becskeházy, diretora executiva da Fundação Lemann, poucos projetos no Brasil conseguem ter esse impacto transformador. "A empresa precisa trabalhar para promover o lucro dos acionistas, gerar impostos e, quando exerce seu papel social, em geral começa a patinar", diz ela. "Para tanto, o engajamento dos acionistas pode ser determinante; mas o indicador principal, que não se pode perder de vista, é o desempenho dos alunos onde o projeto social está sendo aplicado." (ST)